Higino Carneiro lança canditatura e estabelece como prioridade o “fim da cultura do silêncio, da bajulação e do ‘sim, chefe’” no seio do MPLA

O político e pré-candidato à liderança do MPLA, Higino Carneiro, já definiu as linhas com que se vai coser, caso venha a convencer os delegados ao IX Congresso Ordinário dos ‘Camaradas’, em Dezembro de 2026. Além de “trazer de volta todos aqueles que, por diferentes motivos, se afastaram do convívio da grande família política angolana”, o também general na reserva pretende acabar “com a cultura do silêncio, da bajulação e do ‘sim, Chefe’” no seio do MPLA.
Na ‘Comunicação da candidatura à presidência do MPLA, posta a circular nesta terça-feira, 8, Higino Carneiro apontou como uma das suas principais linhas de força vencer os desafios presentes e futuros, e fazer da maior força política do país num partido dinâmico, aberto ao diálogo, capaz de vencer a cultura do silêncio e da bajulação no seio daquela formação partidária.
“Os desafios actuais e futuros exigem que acabemos com a cultura do silêncio, da bajulação e do “sim, Chefe”, dando lugar ao ressurgimento da crítica e da autocrítica como actos de coragem política e de respeito pelo povo que o MPLA sempre jurou defender. O Estatuto, a Bandeira e o Hino do Partido estão acima de qualquer militante ou dirigente”, defende o agora candidato a presidente do partido no poder.
Higino Carneiro entende, por outro lado, que a transformação, a adaptação e o exercício do processo geracional devem estar presentes em todos os momentos da existência do partido, “enquanto elementos estratégicos que garantam a sucessão natural e a renovação na continuidade — sem que esse pressuposto se transforme numa imposição administrativa ou numa janela para promover elementos descomprometidos com o MPLA e com os mais elementares anseios do povo”.
Com a sua candidatura à liderança, o ex-primeiro secretário provincial dos Camaradas em Luanda almeja também “trazer de volta todos aqueles que, por diferentes motivos, se afastaram do convívio desta grande família política angolana”, já que entende que “só unidos” o partido estaria em condições de “resgatar a mística ganhadora que sempre caracterizou” o MPLA.
Higino Carneiro defende também um MPLA que não se afaste do “diálogo construtivo” e atribui a isso uma necessidade que o país precisa, para se “encontrar os melhores caminhos rumo à estabilidade e ao desenvolvimento de Angola”. Para isso, “as vozes das comunidades religiosas e das organizações da sociedade civil devem ser sempre ouvidas na formulação das principais políticas públicas, orientadas para o bem-estar das populações”.
“Considero que, para o MPLA, o bom militante deve saber conviver na diversidade, respeitando as opiniões e as escolhas, pois a concorrência é salutar para a vitalidade da nossa democracia. É necessário que o MPLA mantenha a sua condição de partido do diálogo, como sempre foi”, refere a nota.