Angola importou 73% do combustível no 1.º tri

Resumo:
O relatório IRDP revela que Angola gastou 662 milhões USD para importar 73% do combustível no 1º trimestre de 2025, apesar de ser grande produtora de petróleo.
Pontos-chave:
Em 30 de abril de 2025, o Instituto Regulador dos Derivados de Petróleo (IRDP) revelou que Angola despendeu 662 milhões USD para importar 73 % do combustível vendido no primeiro trimestre, o que corresponde a 1 147 248 toneladas métricas. Apesar do volume expressivo, representa queda de cerca de 13 % face ao trimestre anterior, segundo o relatório oficial.
Do total adquirido, 55,8 % era gasolina, 33,5 % gasóleo, 5,4 % fuel, 3,7 % Jet A1, e o restante petróleo iluminante e asfalto. A Refinaria de Luanda supriu apenas 26 % dessas necessidades, enquanto a CABGOC forneceu 1 %; o restante veio de refinarias do Médio Oriente e da Europa, confirmando a baixa capacidade doméstica de refinação.
O país dispõe de 675 968 m³ de capacidade terrestre de armazenagem, inalterada no período. As vendas globais somaram 1 129 849 TM, queda de 7 % face ao quarto trimestre de 2024. No retalho, a estatal Sonangol manteve liderança com 62,2 % de quota; seguem-se Pumangol (21 %), TotalEnergies (7,2 %), Sonangalp (7,1 %), Etu Energias (2,3 %) e Soida (0,2 %).
“O país não dispõe ainda de capacidade de produção local”, admitiu o director-geral Luís Fernandes. Apenas 930 TM dos combustíveis vendidos originaram-se em refinarias nacionais, valor ínfimo comparado ao consumo. A dependência persiste mesmo com Angola figurando entre os maiores produtores africanos de petróleo cru, evidenciando a urgência de projetos de refinação interna para cortar custos e garantir segurança energética.
Especialistas lembram que planos de novas refinarias em Benguela, Soyo e Namibe buscam reduzir importações estimadas em bilhões de dólares anuais. Entretanto, estudos de viabilidade e atrasos logísticos prolongam o quadro atual. O IRDP promete “acompanhar boas práticas internacionais” para estimular concorrência, enquanto o FMI alerta que subsídios ao consumo poderão tornar-se insustentáveis se a produção doméstica não avançar rapidamente.