Angola e Índia firmam quatro acordos-chave
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola e Índia firmam quatro acordos de 2025 nos domínios da cultura, agricultura, medicina tradicional e energia solar, reforçando laços.
Pontos-chave:
Em 3 de maio de 2025, em Nova Deli, o Presidente angolano João Lourenço e o Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi concluíram negociações que resultaram na assinatura de quatro instrumentos jurídicos, vistos pelos dois governos como um “relançamento da parceria bilateral”. O acto decorreu no Palácio Panchavati após conversações entre delegações ministeriais de ambos os países. A visita de Estado estende-se até domingo e inclui encontros com a Presidente Droupadi Murmu.
Os documentos firmados abrangem cultura, agricultura, medicina tradicional e energia solar. O Programa Cultural facilitará intercâmbios artísticos; o memorando agrícola foca sementes, irrigação e mecanização; o acordo sobre medicina tradicional compartilha know-how da chamada “farmácia do mundo”; e o Acordo-Quadro inclui Angola na Aliança Solar Internacional, iniciativa global liderada pela Índia para expandir energia limpa em países ensolarados, prevendo investimentos conjuntos até 2030.
O Presidente Lourenço sublinhou que a prioridade angolana é diversificar além do petróleo. Solicitou cooperação em petróleo e gás, mineração, transporte ferroviário, indústria aeroespacial, saúde digital e formação de quadros. Modi respondeu que a Índia continua a ser um dos maiores compradores de crude angolano e quer investir em refinação e logística. “Precisamos deles, como eles precisam de nós”, sintetizou o chanceler Teté António.
A parceria Angola-Índia remonta a 1979 e tem ganhado tração com a agenda de transformação económica angolana. O ministro realçou que engenheiros indianos tiveram papel central em Silicon Valley, exemplo da massa crítica que Angola pretende atrair. A comitiva visitará ainda um Fórum de Negócios indo-angolano, onde Lourenço fará o discurso de abertura perante mais de cem empresários dos dois países.
Observadores destacam que a entrada na Aliança Solar pode cortar custos energéticos rurais angolanos até 40 %. Espera-se que os acordos entrem em vigor até outubro de 2025, após ratificação parlamentar. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, novas missões técnicas serão agendadas trimestralmente. “O grande desafio”, frisou Teté António, “é manter a dinâmica para que os resultados sejam tangíveis logo no próximo ano.”