Défice de 60 mil docentes e 2 mil escolas Angola

Por TopAngola · há 3 meses

Resumo: 

Ministra Luísa Grilo revelou na Huíla que o sistema educativo carece de cerca de 60 mil professores e 2,5 mil novas escolas para responder à procura.

Pontos-chave:

• Durante a 12.ª Conferência da Federação Africana das Autoridades Reguladoras de Ensino, na Huíla, a ministra Luísa Grilo admitiu que Angola carece de 60 mil professores e cerca de 2 573 novas escolas para satisfazer a procura crescente do sistema educativo, segundo levantamento preliminar feito pelo Ministério, que prepara um recadastramento nacional para actualizar o rácio aluno-docente e mapear infra-estruturas escolares existentes.

• O défice obriga milhares de crianças a estudar em salas superlotadas ou improvisadas: há turmas com mais de 70 alunos e turnos até às 22h, revelou a governante. Especialistas alertam que a falta de docentes qualificados compromete metas de literacia e consolidação das aprendizagens básicas estabelecidas no Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027 e pode aprofundar desigualdades regionais, sobretudo nas zonas rurais do leste e sul.

• Grilo adiantou que será iniciado, ainda em 2025, um recadastramento para verificar quantos docentes realmente leccionam e em que níveis. O processo permitirá redistribuir quadros, identificar falsos efectivos e apoiar um futuro concurso público. “Precisamos saber quem está diante dos alunos”, frisou, antecipando um ajuste ao actual rácio médio de 46 estudantes por professor para atingir metas de qualidade definidas pelo Plano Curricular Revisto.

• A ministra confirmou que os exames nacionais serão mantidos como ferramenta de monitoria. O objectivo é harmonizar currículos, comparando resultados de alunos da Huíla a Luanda. A avaliação, explica, não visa apenas classificação, mas “medir o que foi efectivamente aprendido” e orientar formação contínua dos professores, planos de estudo e investimentos em materiais didácticos para elevar indicadores de desempenho do ensino básico e secundário.

• O anúncio ocorreu na 12.ª Conferência Africana sobre Ensino e Aprendizagem, que reuniu delegações de mais de 20 países no Lubango. No encontro, partilharam-se boas práticas de financiamento escolar, tecnologia educativa e formação de formadores. Angola comprometeu-se a apresentar, até 2026, um plano faseado de construção de 2 573 escolas e recrutamento progressivo de docentes, privilegiando zonas com maior pressão demográfica e taxas elevadas de abandono.