Cólera em Angola: 228 novos casos e 8 mortes
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola reportou 228 novos casos e 8 mortes por cólera em 24 horas, somando 21 312 infetados e 638 mortos; OMS alerta para subnotificação em 10 províncias.
Pontos-chave:
Em 20 de maio de 2025, o Ministério da Saúde angolano divulgou que, nas últimas 24 h, foram confirmados 228 novos casos de cólera, elevando o total acumulado para 21 312 infecções desde que o surto reemergiu no país, em janeiro. Oito pessoas morreram nesse intervalo, sinalizando que, apesar do acesso mais rápido ao tratamento, o risco de letalidade continua elevado.
Os casos recentes concentram-se principalmente no Namibe (77) e no Cuanza-Sul (57), mas também surgem em Luanda (38), Benguela (27), Huíla (12), Cuanza-Norte (6), Cabinda (3), Lunda-Norte (3), Cubango (2) e Icolo e Bengo (2). A dispersão mostra que o surto já afecta dez províncias e pressiona simultaneamente múltiplas direcções de saúde provinciais.
Das oito mortes, quatro ocorreram no Cuanza-Sul, três no Namibe e uma em Benguela. Técnicos de campo apontam falta de sistemas de saneamento, consumo de água contaminada e ausência de redes de vigilância laboratorial como causas directas. Autoridades locais pedem “mobilização urgente de camiões-cisterna e cloro” para impedir que comunidades ribeirinhas se tornem focos explosivos da bactéria.
Apesar de 182 pacientes terem recebido alta nas últimas horas, outros 513 continuam internados em centros de tratamento temporários. A OMS alerta que pode haver até quatro casos não notificados para cada confirmação laboratorial, o que situaria o número real de infectados acima de 80 000. Esse cenário exige ampliar testes portáteis e reforçar campanhas de sensibilização porta-a-porta.
Como resposta, o Ministério da Saúde promete expandir vacinas orais, treinar equipas de resposta rápida e instalar novos pontos de cloragem nos sistemas de abastecimento. Especialistas lembram que lavar as mãos com água tratada, cozer alimentos e evitar venda ambulante de peixe cru reduz drasticamente o contágio. “A prevenção custa menos que cada internamento”, frisou um epidemiologista angolano.