SIC trava envio de 200 t de cobre para o Dubai
Por TopAngola ·

Resumo:
SIC apreende nove contentores com mais de 200 t de cobre e 27 t de bronze no Porto de Luanda; metais iriam ilegalmente para o Dubai por empresa investigada.
Pontos-chave:
Em 9 de maio de 2025, o Serviço de Investigação Criminal interceptou nove contentores de 20 pés prestes a deixar o Porto de Luanda rumo ao Dubai, frustrando uma das maiores tentativas de contrabando de metais não ferrosos registadas no país nos últimos anos, após denúncia anónima que desencadeou re-inspecção surpresa e mobilizou agentes alfandegários, peritos metalúrgicos e procuradores para garantir a apreensão.
Durante a fiscalização foram encontrados 242 toneladas de cobre em rolos distribuídas por oito contentores e 27 toneladas de bronze em barras no nono. A carga, avaliada em vários milhões de dólares, estava declarada como sucata comum para enganar scanners e agentes alfandegários, segundo peritos que acompanharam a operação. Eles estimam que o lote renderia pelo menos 3,5 milhões de dólares no mercado de reciclagem do Golfo.
A tentativa infringe o Decreto Presidencial 120/23, que estabelece quota zero para exportação de sucatas não ferrosas entre 2024 e 2025, configurando contrabando de exportação qualificado e possível branqueamento de capitais. O artigo 378.º do Código Penal prevê até 12 anos de prisão para quem retirar matérias-primas estratégicas sem autorização. O Ministério da Indústria alerta que a medida visa estimular o processamento interno e criar empregos em fundições nacionais.
O SIC aponta as firmas Elzez Comércio e Serviços e Welsis – Comércio e Serviços, Lda. como mentoras da operação. Investigadores suspeitam que o metal provenha de furtos de cabos de telecomunicações e energia. O porta-voz Manuel Halaiwa revela que os lingotes foram "dissimulados em rolos e barras" para despistar controlo documental. Estão a ser analisados registos bancários, licenças de exportação e possíveis cúmplices nos terminais portuários.
A carga ficará sob custódia enquanto peritos certificam origem e pureza; em seguida poderá ser leiloada localmente ou cedida a projectos nacionais de refinação. Autoridades afirmam que a apreensão protege receitas fiscais, combate vandalização de infra-estruturas e cria precedente para reprimir redes que alimentam a crescente procura asiática por cobre. Sindicatos metalúrgicos pedem que o material beneficie a indústria doméstica e reduza importações.