BRICS no Rio: futuro global e voz de Angola

Por TopAngola · mês passado

Resumo: 

Em Rio de Janeiro, líderes dos BRICS, com a presença de João Lourenço, debatem reforma da governança global e reforço do multilateralismo.

Pontos-chave:

• Em 6 de julho de 2025, no Rio de Janeiro, teve início a 17ª Cimeira dos BRICS, reunindo chefes de Estado e de Governo de 11 países membros e parceiros. O evento acontece no Museu de Arte Moderna, Aterro do Flamengo, espaço recuperado após o G20 de 2024, com sessões marcadas para manhã, tarde e noite de debates ao mais alto nível.

• O Presidente angolano João Lourenço, na qualidade de líder da União Africana, participou ativamente da cimeira, com dois discursos previstos. No primeiro, interveio no painel sobre Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Económico-Financeiros e Inteligência Artificial; no segundo, abordou Desafios da Saúde Global e Alterações Climáticas, reforçando a voz de Angola e do Sul Global nas decisões do bloco. Foi recebido por autoridades brasileiras, sublinhando o papel de Angola nos debates.

• No encontro, foram debatidos temas centrais: reforma da governança global, promovendo maior representação de países emergentes em instituições como ONU, FMI e Banco Mundial; reforço do multilateralismo econômico e financeiro; e a definição de estratégias para a utilização de moedas locais no comércio intra-BRICS. O bloco também enfatizou a necessidade de inovação industrial e sustentável para os países do Sul Global.

• As sessões plenárias abordaram Paz e Segurança, conduzida por ministros e chefes de Estado; e temas económicos com foco em Inteligência Artificial e finanças globais. Está prevista, na segunda-feira, a discussão sobre Meio Ambiente, COP30 e Saúde Global, onde serão apresentados projetos de aliança internacional para eliminação de doenças socialmente determinadas. Cada painel contou com tradução simultânea e transmissão a mais de 30 observadores internacionais.

• A participação de Angola nos BRICS reforça sua inserção nas decisões globais, apresentando propostas de reforma financeira e industrial. João Lourenço ressaltou a importância de uma nova revolução industrial no Sul Global, capaz de agregar valor às matérias-primas locais. O país pode, futuramente, avaliar adesão formal ao bloco, alinhando-se às estratégias de cooperação para fortalecer parcerias bilaterais e multilaterais. A iniciativa evidencia o protagonismo angolano no Sul Global.