Cólera em Angola: 16 000 casos e 550 mortes
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola enfrenta surto de cólera com mais de 16 000 casos e 550 mortes em 17 províncias; MINSA instala centros e reforça vacinação e água potável.
Pontos-chave:
Em 28 de abril de 2025, o Ministério da Saúde relatou que o surto de cólera em Angola já acumula 16 102 casos confirmados e 550 mortes desde Janeiro, afectando 17 das 21 províncias. O avanço mais recente soma 259 novas infecções em apenas 24 horas, sinal da rápida propagação do vibrião colérico em comunidades com acesso limitado a água segura.
Benguela mantém-se como epicentro com 109 infecções nas últimas 24 h, seguida de Cuanza-Norte (51) e Luanda (34). Malanje, Namibe, Cuanza-Sul, Icolo e Bengo, Cabinda e Huíla também registaram casos. "A doença alastra-se por via de água e alimentos contaminados", alerta o MINSA, lembrando que cada caso confirmado pode esconder até quatro infecções não testadas, segundo estimativas da OMS.
Para travar o avanço, o Governo instalou centros de tratamento em bairros de Benguela e outras capitais, enviou equipas de resposta rápida, treinou pessoal e distribuiu pastilhas de cloro. Campanhas de vacinação oral arrancaram nas zonas mais críticas, enquanto camiões-cisterna fornecem água potável. A ministra Sílvia Lutucuta diz que a meta é "reduzir mortes extra-hospitalares e encurtar distâncias de socorro".
A Organização Mundial da Saúde considera Angola num "momento crítico" de saúde pública, com surtos simultâneos de doenças endémicas e negligenciadas, além de patologias não transmissíveis. A cólera, impulsionada por infra-estruturas frágeis de saneamento, expõe falhas crónicas no acesso a água limpa. Voluntários e líderes locais mobilizam-se para educação sanitária e melhoria duradoura de higiene comunitária, atingindo já milhares de residentes.
Especialistas alertam que o surto só irá ceder com higiene rigorosa, uso constante de água tratada e duas doses de vacina oral. O MINSA aconselha que qualquer sinal de diarreia aquosa seja reportado aos números 111, 931 061 381, 923 695 482 ou 934 271 674. "Cada hora sem reidratação põe vidas em risco", reforça o ministério, pedindo adesão total às medidas.