Cólera em Angola: 16 mil casos e 538 mortes
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola soma quase 16 000 casos de cólera e 538 mortes em 17 províncias; Benguela lidera contágios diários e Luanda volta a registar subida.
Pontos-chave:
Em 26 de abril de 2025, o Ministério da Saúde confirmou 15 843 casos acumulados de cólera em Angola. Nas últimas 24 h surgiram 328 infeções e três mortes. Luanda (5 567) e Benguela (3 105) concentram mais de metade dos doentes. A OMS alerta para um “momento crítico” num país já fustigado por outras doenças endémicas e sistemas de vigilância fragilizados.
Para travar mortes fora dos hospitais, centros de tratamento foram instalados dentro dos bairros de Benguela, epicentro atual do surto. A medida reduz deslocações longas e acelera a reidratação e o uso de antibióticos. Técnicos admitem, porém, que água potável escassa, lixo acumulado e saneamento precário mantêm os vectores ativos, anulando parte do esforço logístico, sobretudo nas periferias densamente povoadas.
Relatórios diários indicam mais de 100 casos por dia em Benguela, que já ultrapassou 1 600 doentes e supera 60 óbitos. Em todo o país, o total de mortes é 538, com Luanda (199) e Bengo (113) no topo. Profissionais recordam surtos graves nas décadas de 1980 e 1990, temendo repetição se prevenção comunitária, vigilância laboratorial e acesso à água limpa não avançarem.
Estudos internacionais citados pelo governo sugerem que para cada caso confirmado podem existir quatro não testados, porque muitos centros carecem de reagentes e vários pacientes permanecem assintomáticos. Esses portadores invisíveis continuam a espalhar o vibrião colérico nas comunidades. A disparidade realça a urgência em ampliar diagnósticos rápidos, rastrear contactos, reforçar laboratórios provinciais, formar equipas móveis, realizar testes porta-a-porta e mobilizar voluntários.
O plano de emergência inclui campanhas de vacinação oral, distribuição de cloro e reabilitação de chafarizes. Equipas rápidas percorrem 17 províncias, acompanhadas por mobilizadores comunitários que explicam higiene de mãos, ebulição da água e desinfeção de alimentos. Números de apoio 111, 931 061 381, 923 695 482 e 934 271 674 estão ativos. Autoridades pedem cooperação porque “a vacina protege, mas a limpeza quebra a transmissão”.