Bié: UNITA acusa condenações políticas e reage
Por TopAngola ·

Resumo:
Militantes da UNITA no Bié receberam até dois anos de prisão efectiva por agressões a agentes da polícia durante uma marcha no Bié, e o partido denuncia sentenças políticas.
Pontos-chave:
Em 23 de agosto de 2025, durante uma marcha alusiva ao aniversário de Jonas Savimbi no Kuito, capital do Bié, três militantes da UNITA entraram em confronto com agentes da Unidade de Reacção e Patrulhamento (URP). Segundo a Polícia Nacional, houve desrespeito às orientações e agressão física, resultando em ferimentos leves nos agentes que estavam em serviço. O episódio gerou debate sobre liberdade de expressão política na região.
O Tribunal Provincial do Bié condenou dois militantes a penas de um ano e dois meses de prisão efectiva, e o terceiro a dois anos de reclusão, todos também obrigados ao pagamento de 70 mil Kwanzas em taxas de justiça. As decisões foram divulgadas a 27 de agosto de 2025, reforçando a severidade das punições aplicadas aos manifestantes. Os advogados dos condenados anunciaram recurso nas instâncias superiores.
A UNITA, através do seu secretariado provincial no Bié, negou as acusações e classificou as sentenças como condenações políticas destinadas a silenciar a oposição. Fontes partidárias afirmaram que foram os agentes da Polícia Nacional quem iniciou as agressões, invertendo a versão oficial e reforçando a narrativa de perseguição contra os opositores no âmbito das celebrações. O partido também exigiu investigação independente sobre o incidente.
Para expor sua versão, o secretariado geral da UNITA convocou conferência de imprensa em Luanda para as 11h do dia 28 de agosto de 2025, no bairro São Paulo, rua Comandante Bula, em Sambizanga. O evento visa apresentar provas, depoimentos de testemunhas e críticas à atuação da Polícia Nacional, mobilizando apoio internacional e cobertura dos meios de comunicação social. A estratégia inclui pedidos de observação de direitos humanos.
Analistas consideram que o caso agrava o clima de tensão entre a UNITA e o Governo angolano, avaliando impactos nas eleições municipais de outubro de 2025. Organizações de defesa dos direitos humanos acompanham de perto o desenrolar, solicitando transparência e solidariedade internacional. A decisão judicial no Bié passa a ser símbolo do debate sobre pluralismo e liberdade de manifestação em Angola.