Expulsão da RTP choca Luanda e Lisboa
Por TopAngola ·

Resumo:
RTP denuncia a expulsão da sua equipa do Palácio Presidencial; Portugal e sindicatos angolanos e lusos falam em grave ataque à liberdade de imprensa.
Pontos-chave:
Em 15 de maio de 2025, a RTP revelou que os seus repórteres foram “arbitrariamente expulsos” da sala de imprensa do Palácio da Cidade Alta, em Luanda, apesar de estarem devidamente credenciados para cobrir um encontro oficial do Presidente João Lourenço. O grupo foi também retirado do WhatsApp oficial da Presidência, impedindo-o de aceder à agenda institucional.
A nota de protesto, assinada pelos directores de Informação da RTP, da RDP e da RTP África, qualificou o episódio como “atentado à liberdade de imprensa” e acusou as autoridades angolanas de discriminação ao manter outros jornalistas no local. A estação exige reposição das condições de trabalho e o fim de exclusões políticas.
Em solidariedade com a equipa, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos publicou nota pedindo que a Secretaria de Imprensa “retratar-se e reverter a medida”. Para a organização, afastar profissionais por critérios políticos viola o direito constitucional de informar e ser informado, constituindo um “gravíssimo ataque” ao pluralismo.
Em Lisboa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros declarou que Portugal transmitirá o seu desagrado pelos canais diplomáticos, reafirmando o “profundo respeito” pela liberdade de imprensa. O incidente acrescenta tensão a uma relação bilateral que vinha sendo apresentada como estratégica.
Observadores lembram que Angola procura projectar uma imagem de compromisso democrático. A exclusão da RTP, parceiro histórico, levanta dúvidas sobre transparência governamental e reacende o debate sobre espaço cívico e pluralismo mediático no país.