FMI revê capacidade de Angola pagar dívida
Por TopAngola ·

Resumo:
Angola recebe missão do FMI que analisa se o país consegue reembolsar o Fundo, dada a queda do petróleo e spreads soberanos elevados.
Pontos-chave:
Uma missão do Fundo Monetário Internacional, chefiada por Mika Saito, está em Luanda desde 6 de maio para a revisão pós-financiamento. O objetivo é medir a capacidade de Angola reembolsar 4,5 mil milhões USD recebidos entre 2018-2021, num momento em que a cotação do Brent cai abaixo de 80 USD e os spreads da dívida soberana alcançam máximos de dois anos.
Na primeira reunião, a delegação encontrou-se com o secretário de Estado das Finanças, Ottoniel dos Santos, que considerou que as projeções do FMI estão "muito próximas" das autoridades locais para 2025, mas exigem mais trabalho técnico para alinhar dados de crescimento, inflação e câmbio.
Segundo Mika Saito, Angola manteve resiliência em 2023 e a sua capacidade de reembolso continua adequada, embora sujeita a riscos derivados da volatilidade do petróleo e da lenta diversificação económica. O FMI quer identificar precocemente ameaças à sustentabilidade financeira no médio prazo e avaliar o avanço das reformas estruturais.
Os cenários de referência do Fundo apontam inflação a descer no segundo semestre de 2025, apoiada por política monetária mais apertada, enquanto o crescimento deverá ficar abaixo de 3 % sem novo impulso no sector não petrolífero. A missão discutirá ainda gestão da dívida, receitas fiscais e reforço do quadro cambial com BNA e vários ministérios.
A visita termina em 13 de maio e envolverá encontros com Finanças, Planejamento, Banco Nacional de Angola, Administração Tributária e Unidade de Gestão da Dívida. Resultados preliminares servirão de base para o relatório ao Conselho do FMI, que definirá eventuais condicionalidades futuras e o cronograma dos pagamentos angolanos até 2027.
3 Fontes
Missão do FMI avalia em Angola a capacidade do país em reembolsar ao fundo face aos riscos da descida dos preços do petróleo
FMI avalia capacidade de Angola fazer os reembolsos face aos riscos da descida dos preços de petróleo
Missão conjunta do FMI em Angola até 13 de Maio "para identificar, de forma atempada, eventuais riscos à viabilidade financeira do País no médio prazo"