Funcionários da UGS presos por vender declarações
Por TopAngola ·

Resumo:
Quatro funcionários da Universidade Gregório Semedo, em Luanda, foram detidos após exigirem entre 100 e 400 mil kwanzas para agilizar notas ilegalmente.
Pontos-chave:
Quatro funcionários da secretaria da Universidade Gregório Semedo — três mulheres e um homem, de 28 a 34 anos — foram detidos em 19 de maio de 2025, em Luanda, pela Direção de Investigação e Ilícitos Penais (DIIP). A operação ocorreu no campus central depois de a reitoria encontrar dois processos académicos com autenticidade duvidosa durante uma auditoria interna.
Segundo o porta-voz Quintino Ferreira, os suspeitos cobravam “entre 100 e 400 mil kwanzas, conforme a classe académica” para acelerar a emissão de declarações com notas. Pelo canal oficial, o serviço custa 15 000 kz (ou 5 000 kz sem notas) e demora cerca de duas semanas; no esquema, o documento era entregue em poucos dias, sem registo no sistema.
O grupo usava carimbos autênticos e assinaturas digitalizadas para forjar formulários, ludibriando supervisores e estudantes. O dinheiro extra era pago em espécie ou por transferência a contas pessoais; depois, os técnicos lançavam o pedido no software apenas na data da entrega, mascarando o prazo encurtado e criando a impressão de tratamento preferencial “regular”.
Os detidos vão responder por falsificação de documentos, crime punível com até oito anos de prisão. Após a captura foram apresentados ao juiz de garantias. A DIIP apreendeu computadores, carimbos e livros de protocolo e continua a ouvir outros empregados para apurar se chefias ou intermediários externos beneficiaram do esquema fraudulento.
A reitoria da Universidade Gregório Semedo instaurou inquérito disciplinar e promete reforçar controles eletrónicos de emissão e campanhas de sensibilização. O caso reacende o debate sobre transparência nas instituições privadas de ensino superior em Angola; a DIIP aconselha alunos a exigir talões oficiais e preservar comprovativos de pagamentos legais.