Kopelipa nega desvio de projetos estatais
Por TopAngola ·

Resumo:
O general Kopelipa negou as acusações de apropriação de projetos habitacionais estatais em tribunal, classificando-as como inverídicas.
Pontos-chave:
Na 3 de junho de 2025, por volta das 11h, o general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior, conhecido como Kopelipa, compareceu ao tribunal para interrogatório. Durante a sessão, o arguido repeliu as acusações de peculato, branqueamento de capitais e tráfico de influências relacionadas com projetos habitacionais em Luanda, sustentando que todas as alegações do Ministério Público eram imprecisas e destituídas de provas concretas.
O Ministério Público acusa Kopelipa de ter transferido partes de projetos públicos, como o programa habitacional Zango Zero, para entidades privadas, supostamente beneficiando empresas como China International Found. Na defesa, o general argumentou a inexistência de contrato de empreitada entre o GRN e a CIF Angola, afirmando que o Estado ergueu apenas 22 edifícios, enquanto os restantes eram iniciativas independentes da empresa chinesa, sem envolvimento pessoal.
A sessão também incluiu o indeferimento de um recurso da defesa sobre a suposta nulidade decorrente da atuação simultânea de um juiz nos julgamentos cível e criminal. A advogada oficiosa da CIF Angola contestou a presença do conselheiro adjunto na câmara criminal, argumentando que isso poderia gerar vício insanável. O tribunal manteve a decisão e aceitou o prosseguimento do interrogatório sem anular atos anteriores.
O processo inclui outros seis arguidos, entre os quais o ex-ministro Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, o empresário Yiu Haiming e o ex-dirigente Fernando Gomes dos Santos, além das empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited. Todos enfrentam acusações similares de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e exercício ilícito de influência, em caso que mobilizou intensas investigações da Procuradoria.
O tribunal seguirá hoje para interrogatório dos demais réus, com expectativa de ouvir depoimentos sobre contratos e fluxo financeiro envolvendo o Gabinete de Reconstrução Nacional e empresas estrangeiras. Análises jurídicas indicam que eventuais recursos poderão se basear em prazos processuais e nulidades formais. Prevê-se que a fase de instrução termine ainda em junho, com possibilidade de denúncia final até o fim do semestre.