Segunda-feira, Agosto 18
Resumo

Polícia detém jornalistas em marcha estudantil

Por TopAngola ·

2 min leitura
Polícia detém jornalistas em marcha estudantil

Resumo: 

Polícia angolana detém quatro jornalistas e mais de cem estudantes durante marcha do MEA em Luanda; CPJ denuncia novo ataque à liberdade de imprensa.

Pontos-chave:

  • Em 26 de abril de 2025, a Polícia Nacional reprimiu uma marcha estudantil em Luanda e deteve pelo menos 150 manifestantes. Durante a cobertura, quatro jornalistas foram levados para uma esquadra; três ficaram cerca de seis horas sob custódia e um quarto foi libertado após 15 minutos. Segundo testemunhas, agentes usaram bastões e viaturas blindadas para dispersar o grupo jovem.

  • A caminhada fora convocada pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) para denunciar a falta de carteiras, água potável e materiais didáticos nas escolas públicas. O ponto de concentração, o bairro São Paulo, foi cercado antes do início. Líderes como Francisco Teixeira desapareceram em custódia, e o MEA não conseguiu confirmar quantos detidos foram encaminhados para o Comando Provincial. Relatos apontam tratamento violento no percurso.

  • O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) classificou as detenções como parte de um “padrão preocupante” de intimidação. A missão do CPJ em Angola, com duração de uma semana, pretendia pressionar pela descriminalização da difamação, mas terminou registrando novas violações. Porta-voz do órgão exigiu a libertação imediata e investigação independente sobre abuso policial. Observadores locais filmaram escoltas armadas impedindo transmissão ao vivo.

  • Organizações cívicas alertam que o novo projeto de lei sobre notícias falsas, apoiado pelo governo João Lourenço, poderá criminalizar reportagens incómodas. O CPJ advertiu: “Essa lei não deve ver a luz do dia.” Advogados temem penalidades de prisão e multas elevadas para meios independentes. A proposta surge num contexto de protestos recorrentes por emprego, educação e custo de vida. Críticos pedem audiências públicas urgentes no parlamento.

  • Grupos de direitos humanos, sindicatos e ordens profissionais exigem que o Executivo respeite os artigos 32 (liberdade de reunião) e 44 (liberdade de imprensa) da Constituição. “O público tem direito a saber”, frisou o CPJ. Analistas veem o incidente como teste à promessa de reformas de Lourenço e alertam que o cerco aos media alimenta frustração crescente entre a juventude urbana. Partidos da oposição pedem audição ministerial imediata.

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