Lourenço pede apoio da Índia à União Africana
Por TopAngola ·

Resumo:
João Lourenço, líder da União Africana, busca apoio da Índia contra fome, doenças e para erguer infra-estruturas, vendo Índia como voz do Sul Global.
Pontos-chave:
Em 5 de maio de 2025, em Nova Delhi, João Lourenço, presidente da União Africana, explicou à Presidente indiana Draupadi Murmu que quer parceria Índia-África mais ágil. Pretende simplificar regras para que o apoio indiano alavanque programas continentais, fortaleça paz e segurança, e alinhe posições em clima, dívida e comércio para benefício direto dos africanos durante uma visita de trabalho de três dias.
Ele destacou que a cooperação deve atacar fome, pobreza, endemias e pandemias, além de impulsionar infra-estruturas críticas — estradas, energia, telecomunicações. A meta é acelerar a Agenda 2063, plano estratégico da UA, usando recursos e know-how indianos para gerar empregos, reduzir desigualdades, criar redes logísticas regionais e fortalecer cadeias de valor continentais. Isso exige coordenação entre ministérios africanos e agências indianas para desbloquear financiamento concessionário.
Projetos emblemáticos incluem corredores ferroviários, parques solares e fibra óptica co-construídos pela Índia. Lourenço citou o Programa de Cooperação Técnica e Económica (ITEC), que já formou milhares de quadros africanos em tecnologias de informação, saúde e engenharia. Cada técnico treinado multiplica inovação local, reduz dependência externa e gera pequenas empresas de serviços digitais em capitais regionais de todo o continente.
A Índia destina linhas de crédito e mentoring a pequenas e médias empresas via Africa Growth Platform. Em Angola, centenas de agricultores já recebem suporte do programa India Africa Food Processing, que melhora rendimento, armazenamento e acesso a mercados. O modelo piloto poderá escalar para 20 países, elevando produção sustentável, segurança alimentar e criando emprego rural estável em zonas historicamente negligenciadas.
Lourenço elogiou a tradição indiana de não-violência e respeito à soberania, simbolizada por Mahatma Gandhi. Declarou que a Índia está “em boas condições” para ser voz credível do Sul Global, construir pontes culturais e negociar regras económicas mais justas. Considera o país aliado natural para mediar conflitos, financiar transição energética, abrir mercados africanos e atrair investimento em manufatura nos principais setores industriais emergentes.