Aziz condenado: 15 anos de prisão na Mauritânia
Por TopAngola ·

Resumo:
Tribunal de apelações aumenta para 15 anos a pena do ex-presidente Mohamed Ould Abdel Aziz por corrupção, impondo multa de 3 milhões de dólares.
Pontos-chave:
Em 14 de maio de 2025, o Tribunal de Apelações de Nouakchott elevou de cinco para 15 anos a pena do ex-presidente mauritano Mohamed Ould Abdel Aziz, 67, condenando-o também ao pagamento de 3 milhões de dólares. O veredicto encerra a fase de recursos do primeiro grande processo anticorrupção contra um chefe de Estado no país, iniciado em 2020 após investigações parlamentares.
Nascido general que chegou ao poder por dois golpes, Aziz governou de 2009 a 2019. Os procuradores documentaram lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, localizando mais de 70 milhões de dólares em contas, imóveis e participações empresariais atribuídas ao ex-líder e a familiares. A defesa alega que os valores resultam de "doações" recebidas durante o mandato.
O mesmo acórdão absolveu seis antigos ministros e directores visados no processo, mas confirmou 2 anos de prisão para o genro de Aziz, Mohamed Ould M'Leihany, por tráfico de influência. A decisão, lida em sessão pública de menos de uma hora, foi saudada por organizações civis que veem a medida como passo contra a 'impunidade histórica' da elite mauritana.
Apesar de reservas de ferro, ouro, cobre, petróleo e gás, a Mauritânia mantém cerca de 60 % da população em pobreza ou vulnerabilidade. Analistas consideram o caso Aziz um teste às instituições que ainda consolidam normas democráticas desde 2019 e à promessa do actual presidente, Mohamed Ould Ghazouani, de "tolerância zero" com a corrupção.
Os advogados de Aziz anunciaram recurso ao Supremo Tribunal e denunciam perseguição política. Enquanto isso, o ex-presidente permanece detido numa ala especial da prisão de Nouakchott, onde já cumpria pena desde janeiro de 2024. Se a decisão for confirmada, Aziz só poderá requerer liberdade condicional após metade da sentença, em 2032.