OMS e UNICEF unem 1 M€ contra cólera
Por TopAngola ·

Resumo:
OMS e UNICEF investem 1 M€ da UE para cortar em 75 % as mortes por cólera em Angola, atingindo 500 mil pessoas nas 18 províncias atingidas.
Pontos-chave:
Em 21 de maio de 2025, a OMS e a UNICEF firmaram em Luanda um acordo de 1 milhão de euros, verba cedida pela União Europeia, para conter o pior surto de cólera que o país viu em décadas, com 18 das 21 províncias já afectadas e comunidades rurais particularmente vulneráveis, segundo as autoridades sanitárias, cujo epicentro permanece no Bengo e no Cuanza Norte.
Desde janeiro foram confirmados 21 000 casos e quase 700 mortes, o que coloca a taxa de letalidade em 3,7 %, bem acima do limite de 1 % da OMS. Investigadores atribuem a expansão à escassez de água segura, saneamento precário, chuvas que inundaram latrinas e à elevada densidade dos bairros periurbanos, onde os espaços são partilhados por várias famílias sem drenagem adequada.
O plano, batizado “Travar a propagação: acelerar as intervenções que salvam vidas em Angola”, pretende reduzir em 75 % as mortes por cólera nos próximos quatro meses, alcançando mais de 500 000 pessoas com prioridade para crianças, idosos e pessoas com deficiência residentes nas zonas de maior risco, segundo o ministério da Saúde, que coordena o esforço com governadores provinciais e líderes comunitários.
Entre as acções previstas estão o estabelecimento de pontos de reidratação oral e centros de tratamento, formação de 1 000 profissionais de saúde, cloração sistemática de fontes de água, campanhas de higiene porta a porta, reforço da vigilância laboratorial e uma vacinação reactiva que deverá começar já em junho assim que chegarem os lotes autorizados pela Gavi e pelo ICG em Genebra.
Em comunicado conjunto, as agências afirmam: “Cada vida perdida por cólera é evitável; juntos queremos transformar esta emergência numa oportunidade de fortalecer sistemas de água e saúde”. Especialistas locais esperam que o investimento deixe capacidades permanentes, como laboratórios móveis e redes de vigilância comunitária, que ajudem Angola a prevenir futuros surtos e reduzir a dependência de apoio externo em crises sanitárias.