Protestos em Luanda por combustível e transporte
Por TopAngola ·

Resumo:
Manifestações em Luanda reuniram cidadãos contra a alta dos preços de combustível e transporte, com forte presença policial e pedidos de soltura de ativistas.
Pontos-chave:
Em 26 de julho de 2025, as manifestações começaram no Cemitério da Santa Ana e no Largo da Independência, reunindo diferentes grupos da sociedade, como taxistas, zungueiras e pessoas com deficiência. O protesto exigia reajuste justo dos preços dos combustíveis e melhorias no transporte público, refletindo a insatisfação popular diante do aumento dos custos de vida em Angola. Várias barricadas policiais tentaram conter a marcha sem uso de violência letal.
O grupo denominado “sociedade civil contestatária” liderou protestos desde o início do mês. Apesar das alterações de percurso impostas pelas autoridades, como o desvio no Largo do Soweto/Makarenko, os manifestantes seguiram firmes em suas reivindicações, denunciando táticas para confundir e desmobilizar a marcha. Eles exigiram a libertação imediata de Osvaldo Kaholo e Gonçalves Frederico, detidos sob acusações de incitação à rebelião pelo Serviço de Investigação Criminal.
A Polícia Nacional interditou a Avenida Deolinda Rodrigues em ambos os sentidos, do Largo 1º de Maio ao Viaduto da Unidade Operativa de Luanda, impedindo o avanço dos manifestantes. Centenas de populares foram forçados a caminhar longas distâncias até chegarem às paragens de táxi nos arredores da cidade. O bloqueio causou insatisfação, com manifestantes apelando “fiquem do nosso lado” e destacando o impacto nas atividades diárias.
Durante a marcha, os manifestantes entoaram a música “Povo no Poder”, do rapper Azagaia, e conseguiram romper as primeiras barreiras. O organizador Dago Nível denunciou manobra do governo para inviabilizar o protesto, desviando o percurso. Foi anunciada paralisação geral de táxis entre 28 e 30 de julho, aumentando a pressão sobre o Executivo de João Lourenço. As organizações afirmaram que permaneceriam no Largo da Independência apesar da forte presença policial.
Até o fim da tarde, não houve registro de uso de gás lacrimogêneo nem violência deliberada por parte da polícia. Contudo, foi imposta forte presença policial, com quatro barricadas, e a imprensa enfrentou limitações no Largo da Independência. Analistas alertam para riscos de escalada caso as demandas por transparência, consulta pública e auditoria nos subsídios não sejam atendidas pelo governo.