Petróleo Cai com Fragilidade do Cessar-Fogo
Por TopAngola ·

Resumo:
Brent e WTI recuam com consolidação do cessar-fogo Israel-Irão, trazendo alívio, mas economias petrodependentes, como Angola, seguem sob incerteza.
Pontos-chave:
Em 24 de junho de 2025, o barril de Brent iniciou as negociações em queda após a confirmação de um cessar-fogo precário entre Israel e Irão. A reação inicial trouxe reduções substanciais nos preços, refletindo o alívio dos investidores com a diminuição das hostilidades no Golfo Pérsico e a expectativa de menor volatilidade nos mercados globais de energia. O WTI seguiu movimento similar, ampliando a retração.
O Brent abriu em torno de 68,6 USD por barril, registrando queda de 4% em relação ao fechamento anterior, enquanto o WTI cedeu cerca de 4,07%, negociado próximo de 65,7 USD. Esses valores permanecem abaixo do piso de 70 USD previsto no Orçamento Geral do Estado de Angola para 2025, gerando preocupações sobre receitas fiscais e necessidade de ajustes econômicos no país lusófono.
O acordo de cessar-fogo, anunciado por Donald Trump após ataques dos EUA ao Irão, revelou-se frágil: Israel foi o primeiro a concordar, mas notificações de violação ocorreram poucas horas depois do início oficial às 07h00 locais. Abbas Araghchi, ministro iraniano, também condicionou a suspensão de hostilidades a retaliações de Telavive, evidenciando divisões e incertezas na estabilidade do pacto mediado pelos Estados Unidos.
As economias petrodependentes, como a angolana, beneficiaram de um alívio momentâneo com o recuo do preço do petróleo, mas enfrentam aumento do estresse financeiro. O potencial bloqueio do Estreito de Ormuz, por onde circula um quarto do gás e 25% do crude mundial, permanece como ameaça. Governos precisam avaliar reservas cambiais, reavaliar orçamentos e considerar medidas para mitigar volatilidade futura.
O risco de retaliações e novas escaladas segue elevado, sobretudo se violações forem confirmadas. Analistas alertam para a possibilidade de interrupções no tráfego marítimo e elevação dos prêmios de risco no mercado de energia. Investidores monitoram declarações de líderes regionais e informes de inteligência, enquanto bancos centrais preparam cenários de choque. O futuro dependerá da capacidade de manutenção do cessar-fogo e do diálogo diplomático.