Seguros em Angola Crescem com Rácios em Queda
Por TopAngola ·

Resumo:
Os lucros das seguradoras em Angola cresceram em 2024, impulsionados pela queda do rácio combinado, apesar de os prémios subirem abaixo da inflação.
Pontos-chave:
Em 2024, o rácio combinado das seguradoras em Angola caiu de 83% para 67%, reduzindo custos com sinistros, despesas operacionais e comissões. Essa diminuição de 16 p.p. impulsionou os lucros do setor para 35,3 mil milhões de Kz, um acréscimo de 72% em relação a 2023, embora o valor global permaneça abaixo de 39 milhões USD, indicando espaço para crescimento.
Os prémios brutos emitidos totalizaram 473.729 milhões Kz, um aumento de 24,7% que ficou abaixo da inflação anual de 27%. Na prática, isso representa um crescimento real negativo, impactando a dinâmica do mercado, apesar de as indemnizações se manterem estagnadas em 161.390 milhões Kz. Analistas apontam necessidade de diversificação e investimento tecnológico para sustentar a tendência positiva face aos desafios de penetração.
Mundial Seguros liderou o setor em 2024, representando 36% do total dos lucros, com resultado líquido de 12.869 milhões Kz, um salto de 129%. O crescimento foi sustentado pelo incremento de rendimentos em investimentos, de 2.970 para 5.835 milhões Kz. Nossa Seguros e ENSA registraram aumentos de 30% e 52%, respetivamente, reforçando a competição. A Viva Seguros, em seu segundo ano, alcançou lucro de 1.100 milhões Kz.
A taxa de penetração dos seguros em Angola permanece abaixo de 1% do PIB, comparada com média de 3% na SADC. O reforço dos seguros obrigatórios e a constituição de uma resseguradora nacional, prevista para operar até final do ano, podem reter maior volume de prémios localmente e impulsionar a expansão do mercado. Analistas esperam que esses movimentos fortaleçam a confiança dos investidores.
O aumento da competitividade no mercado angolano tem levado seguradoras a adotarem estratégias agressivas de angariação de clientes, reconhecendo o valor de fidelização, já que um novo tomador pode contratar múltiplos produtos. Investimentos em tecnologia, formação de quadros e redes de mediação são apontados como cruciais para sustentar o crescimento e elevar a baixa literacia de seguros na população. A digitalização e a supervisão regulatória reforçada podem contribuir.