Suspensão de importações impulsiona produção angolana
Por TopAngola ·
Resumo:
Governo suspende licenças para importar farinhas, óleos e uniformes; empresários elogiam medida, que visa proteger produtores locais e diversificar a economia.
Pontos-chave:
Em 30 de abril, o Ministério da Indústria e Comércio determinou a suspensão do licenciamento para importar farinha de trigo e milho, óleos refinados, uniformes, produtos de confeitaria, pladur e material hospitalar, ao abrigo do novo Regime Jurídico de Incentivo à Produção Nacional, dirigido a reduzir importações de bens essenciais e a alargar a oferta “Made in Angola”.
A medida foi saudada por empresários como Gilberto Simão, presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias, que a classificou de “nacionalista e patriótica”, defendendo que deveria ter sido aplicada há mais tempo para estimular a diversificação da economia e proteger agricultores e industriais do país.
Simão denunciou “concorrência desleal” no mercado do milho: produtores locais ficam com silos cheios enquanto grão importado chega a preços inferiores. Ele lembrou que Angola gasta US$ 300-400 milhões/ano em trigo e não cobre sequer 10 % da sua demanda porque, afirma, “lobbies da importação não deixam” o cultivo avançar.
O presidente da Associação dos Industriais de Angola, José Severino, também aprovou a directiva, mas sublinhou que se trata de uma suspensão, não de uma proibição absoluta; processos de importação em curso podem ser despachados para evitar picos especulativos de preços e garantir qualidade quando a produção local ainda é insuficiente.
Ambos defendem que a estratégia deve ser acompanhada por regulação transparente, combate ao sobre-preço e investimentos em produtividade. “Quando defendemos a nossa produção, não podemos parecer que sancionamos terceiros”, advertiu Severino, assegurando que o objectivo é fortalecer a indústria angolana e, gradualmente, diminuir a dependência externa.
