Zelensky pede a Ramaphosa apoio para 'paz justa'
Por TopAngola ·

Resumo:
Em visita à África do Sul em 24 de abril, Zelensky pediu a Ramaphosa que use o G20 para pressionar Moscovo por uma 'paz justa' após ataques a Kiev.
Pontos-chave:
Em 24 de abril de 2025, Volodymyr Zelensky pousou no aeroporto privado de Lanseria, Joanesburgo, para uma visita de menos de 24 horas. O presidente ucraniano reuniu-se em Pretória com Cyril Ramaphosa, tentando reconstruir apoio internacional quando a ajuda dos EUA fraqueja e a pressão militar russa sobre Kiev aumenta, três anos após o início da invasão total e com a atenção global dispersa por outras crises.
Balançando entre o bloco BRICS e a presidência do G20 em 2025, Ramaphosa ouviu o pedido de Kiev: “Precisamos do vosso peso para alcançar uma paz justa”. Zelensky baixou o tom habitual, sugerindo que Pretória comece pela devolução das crianças deportadas pela Rússia, ponto considerado menos polémico para viabilizar mediação. Ele quer envolver as vinte economias líderes e evitar concessões territoriais, diferente das propostas dos EUA sob Donald Trump.
Enquanto a comitiva ainda estava em solo sul-africano, mísseis e drones russos atingiram Kiev durante a noite, matando nove civis e ferindo 60. O ataque, descrito por autoridades como o mais intenso em semanas, levou Zelensky a encurtar a visita e regressar a Kiev. O episódio ocorreu sob críticas de Donald Trump, que acusou o líder ucraniano de prolongar a guerra e pediu a Putin que “pare ataques desnecessários”.
Segundo media locais, dois dias antes do encontro Ramaphosa manteve uma longa chamada com Vladimir Putin, reafirmando “laços de amizade” e sua disposição para mediar. Durante a conferência com Zelensky, o sul-africano renovou o apelo para que “ambas as partes silenciem as armas” e recordou ter sido o primeiro líder africano a propor uma missão de paz no Leste Europeu.
A visita revela, para analistas, que a diplomacia ucraniana redescobre o continente após tê-lo subestimado durante três anos de conflito. Com o Congresso norte-americano travado e o novo governo Trump esfriando relações, Kiev mira países do Sul Global para retomar momentum e reunir votos em fóruns multilaterais onde uma proposta de cessar-fogo favorável possa ganhar tração e conter avanços territoriais russos.