Cólera: Com mais de 16.000 casos e quase 550 mortos, Angola está longe de travar epidemia

Segundo o Ministério da Saúde, os 259 casos de cólera registados nas últimas horas foram notificados no Cuanza Norte (51), Luanda (34), em Malanje (20), no Namibe (15), no Cuanza Sul (14), no Icolo e Bengo (9), em Cabinda (5) e na Huíla (2), para além dos reportados em Bebguela.
Os nove óbitos declarados, para além dos três de Benguela, foram reportados no Cuanza Norte (3) e no Cuanza Sul (3).
O MINSA informa que nas últimas horas receberam alta 228 pessoas e actualmente estão internadas 568 com cólera.
Em Benguela, as autoridades sanitárias instalaram centros de tratamento da doença no interior dos bairros, de modo a tentar reduzir os casos de cólera e pôr fim às mortes extra-hospitalares na província, anunciou, na sexta-feira, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, depois de uma visita de campo.
A medida, segundo a ministra, visa evitar que a população percorra longas distâncias à procura de tratamento da doença.
Segundo a OMS, o País vive "um momento crítico", atravessando "um cenário complexo de saúde pública caracterizado por doenças endémicas, doenças transmissíveis e não-transmissíveis, doenças tropicais negligenciadas e um surto de cólera que já afectou 17 das 21 províncias".
Está por isso em curso uma série de medidas de resposta urgente que incluíram "o envio de equipas de resposta rápida, a formação de pessoal de saúde, a criação de centros e unidades de tratamento da cólera, o fornecimento de água potável, o envolvimento intensivo da comunidade e o lançamento de campanhas de vacinação específicas".
Como o Novo Jornal tem vindo a alertar, os dados recolhidos em diversos estudos internacionais, com incidência nos países menos desenvolvidos, indicam que em média existem mais quatro doentes por cada um confirmado laboratorialmente.
A razão principal para esta disparidade é que as unidades de saúde nem sempre dispõem dos componentes básicos para a testagem e porque muitos dos casos são assintomáticos, embora estes portadores do vibrião colérico, agente responsável pela doença a continuem a transmitir na comunidade em que estão inseridos.
Água e alimentos infectados e mal higienizados são a principal causa na transmissão comunitária da cólera.
A vacina e a higiene são os métodos mais eficazes para combater a propagação desta doença, considerada globalmente como uma infecção do 3º mundo.
Contactos de Apoio: 111, 931061381, 923695482 e 934271674