Profissionais angolanos de saúde terminam estágio na Universidade Estadual de Campinas
Pelo menos, 50 profissionais angolanos do 3 ° ano do Programa Geral de Saúde da Família concluíram, na sexta-feira, o estágio de imersão na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, no Brasil.
Conforme uma comunicado de imprensa, a acção está inserida no Projecto de Formação de Recursos Humanos para a Cobertura Universal de Saúde (PFRHS), coordenado pelo Ministério da Saúde de Angola e financiado pelo Banco Mundial
A formação teve como foco a medicina geral e familiar, uma especialidade fundamental para a promoção da saúde, prevenção de doenças, diagnóstico precoce e reabilitação.
Esta abordagem alinha-se com os objectivos do PFRHS, que prevê a formação de 38.000 profissionais de saúde até 2028. Até Julho de 2025, mais de 9.900 profissionais já foram capacitados, dos quais 57% são mulheres e 43% homens, demonstrando o compromisso do Governo com a equidade de género.
A delegação angolana foi liderada pelo neurologista e gestor técnico do PFRHS, Job Monteiro, acompanhado pelo neurocirurgião e especialista em formação, Djamel Kitumba.
A presença da equipa reforça a importância da cooperação estratégica entre Angola e o Brasil na formação de quadros para o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde.
Durante três meses, os profissionais estiveram integrados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município de Campinas, onde participaram activamente nas práticas do modelo brasileiro de Atenção Primária à Saúde, com ênfase na Estratégia Saúde da Família.
Na ocasião, job Monteiro destacou que a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, esteve recentemente nas instalações da universidade e manifestou grande satisfação com o compromisso da instituição com a capacitação técnica de profissionais de saúde.
O especialista angolano assegurou que "a realidade dos formandos não será mais a mesma após esta experiência de formação".
Visão estratégica do Executivo
Job Monteiro partilhou, ainda, a visão estratégica do Presidente da República, João.Lourenço, que tem priorizado o investimento na expansão e modernização da rede nacional de saúde, com a construção e reabilitação de hospitais primários, secundários e terciários equipados com equipamentos capazes de responder as principais necessidades dos utentes.
“Mas para que esta infra-estrutura funcione de forma plena, é imperativo investir na capacitação de profissionais, especialmente nos níveis primários de atenção, onde ocorre o primeiro contacto com o cidadão”, reforçou.
Satisfação dos formados
Falando em nome dos formados, a médica Laurentina Teresa da Silva, da província de Malanje, expressou gratidão. “Esta formação foi transformadora. Criámos laços com os formadores brasileiros que, em pouco tempo, se tornaram uma família". "
"Em nome de todos, levamos saudade, conhecimento e a certeza de que retornamos preparados para impactar positivamente as comunidades que servimos", declarou.
Poe sua vez, o reitor em exercício da UNICAMP, Fernando Coelho, ressaltou a importância da parceria. "É uma honra para a UNICAMP contribuir com a formação de profissionais que actuarão directamente no fortalecimento do sistema de saúde de um país irmão. Esta experiência é enriquecedora para todos".
A cerimónia, marcada por forte simbolismo cultural e emoção, incluiu apresentações dos trabalhos de conclusão de curso, onde os formandos partilharam experiências locais e soluções adaptadas às realidades das suas províncias.
