Valores destinados à saúde não se reflectem nas condições actuais dos hospitais, diz Sindicato
A escassez de materiais gastáveis, carência de medicamentos, falta de sincronia entre sistema de saúde primário, secundário e terciário, elevada taxa de mortalidade e mobilidade são, de acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Angola, resultado do pouco investimento no sector.
Adriano Manuel reagiu à Rádio Correio da Kianda na sequência do pronunciamento da ministra da saúde, Sílvia Lutucuta, em Adis Abeba, em que refere que Angola cobre anualmente mais de 90 por cento das despesas de saúde através do Orçamento Geral do Estado.
O presidente do sindicato disse que estes valores alocados, que a ministra fez referência, não se reflectem nas condições que os hospitais têm no país.
Apesar de reconhecer melhorias nas verbas destinadas ao seu sector, Adriano Manuel criticou a contínua escassez de medicamentos nos hospitais do país e entende ser necessário mais aposta na saúde.
“É claro que houve uma melhoria, já tivemos período em que o Orçamento Geral do Estado era muito mais virado para a defesa do país, nos últimos tempos tem havido melhorias no ponto de vista do Orçamento Geral do Estado mais está muito a quem do que observamos no nosso dia-a-dia”, sublinhou.
Adriano Manuel denunciou que no país há hospitais que fazem a utilização de materiais inadequados, como consequência verifica-se infecções cirúrgicas.
“Nós já chegamos de ver em alguns hospitais de Angola que as luvas são desinfectadas para serem reutilizadas”, lamentou.
Em Addis Abeba a ministra da Saúde Sílvia Lucutuca disse que Angola cobre actualmente mais de 90 por cento das despesas de saúde através do OGE, servindo de exemplo para outros países africanos que ainda dependem de doações internacionais.
