Governo reafirma compromisso com transformação do actual sistema alimentar

Luanda - O Governo angolano reafirmou o seu compromisso de transformação do actual sistema alimentar no país, para assegurar um desenvolvimento territorial rural mais equitativo, sustentável e resiliente, através da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN II) Angola 2030, aprovada recentemente.
Essa posição foi apresentada pelo secretário de Estado para as Florestas, João da Cunha, durante a 17ª edição da Feira Internacional da Agricultura e da Conferência de Alto Nível sob o lema "A agricultura e o mundo rural: a água no centro de desenvolvimento sustentável", que decorreu esta semana, no Reino de Marrocos.
Citado numa nota de imprensa distribuída a imprensa, sexta-feira, Bartolomeu da Cunha disse ainda que, no quadro dos compromissos assumidos a nível internacional e regional por Angola, o objectivo da ENSAN II é criar condições para garantir à toda a população angolana uma segurança alimentar sustentável, capaz de reduzir o nível de desigualdade na distribuição da renda e reduzir sistematicamente a pobreza no país.
Com isso, prosseguiu, o Governo, em colaboração com os seus parceiros de desenvolvimento, acaba de lançar uma nova geração de programas e projectos agrícolas alinhados com o Plano Director de Desenvolvimento Territorial e orientados para a transformação do actual sistema alimentar em sistema muito mais eficientes, resilientes e sustentáveis.
Recordou também que o Governo angolano está ciente de que o combate à fome e à desnutrição, a nível nacional, requer esforços multidimensionais e inter-sectoriais adicionais, com a formulação e consequente implementação de políticas públicas voltadas aos sistemas alimentares sustentáveis que promovam a disponibilidade, o acesso equitativo, a estabilidade, o uso e consumo de alimentos saudáveis em todo território nacional.
O secretário de Estado para as Florestas lembrou, igualmente, que Angola tem mobilizado investimentos significativos e a empenhar-se no desenvolvimento de programas estruturantes que permitam a transformação dos actuais sistemas alimentares em sistemas agroalimentares, a fim de torná-los sustentáveis às necessidades das comunidades e aos desafios actuais.
A título de exemplo, foi lançado, em 2022, na província do Cunene, um ambicioso programa de gestão e controlo da água para fins multidimensionais. Este programa, continuou, inclui a construção de infra-estruturas para a transferência e armazenamento de água para consumo humano e animal, além da construção de um canal de 160 km e várias barragens para potenciar a bacia hidrológica do rio Cunene, de forma a mitigar os efeitos da seca recorrente e assegurar, de forma sustentável, o abastecimento de água às populações locais.
Acrescentou também que esse programa visa promover projectos de desenvolvimento agro-pastoril nessa região que, em particular, detém mais de 33% do efectivo bovino do país (quatro milhões de cabeças de gado), além do seu potencial agrícola.
"A nossa Agenda Nacional 2021-2030 está alinhada com os objectivos do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2022-2027 e com a Agenda 2063 da União Africana. Esta agenda é baseada em uma abordagem de desenvolvimento do sistema alimentar nacional alinhada com os esforços internacionais, para acelerar a transformação dos sistemas alimentares e alcançar os 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030", clarificou.
Quanto à participação de Angola na 17ª edição da Feira Internacional da Agricultura e da Conferência de Alto Nível sobre "A agricultura e o mundo rural: a água no centro de desenvolvimento sustentável", João da Cunha realçou que a presença do país nestes dois importantes eventos é mais uma ilustração das relações estreitas entre a República de Angola e o Reino de Marrocos.
Disse também que o convite endereçado a Angola reflecte o grande interesse que o Governo angolano atribui aos vários temas da agenda da Conferência e à nova edição da Feira Internacional da Agricultura, realizada na pitoresca e histórica cidade de Meknès, em Marrocos.
Avançou ainda que os objectivos dessa Conferência servirão de plataforma para o reforço da cooperação numa área tão importante para ambos países, na qual Angola pretende aproveitar para dar um novo impulso à sua cooperação multilateral e bilateral, centrada no seu desenvolvimento económico e social.