
Kinshasa - Delegações da República Democrática do Congo (RDC) e do Rwanda chegam nesta segunda-feira a Washington para a assinatura de um acordo de paz, segundo a Prensa Latina.
Na semana passada, especialistas da RDC e de Rwanda assinaram o texto de um possível acordo de paz, que será revisado esta semana pelas delegações ministeriais para assinatura em 27 de Junho, na presença do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
No entanto, entre os motivos que colocam em dúvida a eficácia deste pacto está o facto de os rebeldes da Aliança do Rio Congo-Movimento 23 de Março (AFC/M23), que actualmente controla grande parte das províncias de Kivu Norte e Kivu Sul, não estarem incluídos no acordo.
Washington, que assumiu um papel de liderança na busca por uma solução para o conflito no leste do país, especialmente após anunciar um acordo estratégico de minerais com a RDC após uma visita do conselheiro sénior do Presidente dos EUA para a África, Massad Boulos, parece não ter interesse nos rebeldes.
Um funcionário rwandês que participa das negociações revelou ao Actualité.CD que a questão do apoio ao chamado Processo de Doha foi algo que os americanos não consideraram e foi adicionada às discussões.
Actualmente, os rebeldes da AFC/M23 e representantes de Kinshasa têm uma proposta do Qatar em mãos, que deve ser discutida com os seus líderes antes de retornar à mesa de negociações.
Mas, dadas as raízes do conflito - étnicas, económicas, políticas e culturais - bem como a situação actual, em que os rebeldes estão estabelecendo governos paralelos nas cidades que eles chamam de "libertadas", ainda não se sabe se eles chegarão a um ponto de convergência e a um acordo que satisfaça ambos os lados.