Sábado, Julho 26
Política

Angolanos vão às ruas: "O povo perdeu o poder de compra"

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Angolanos vão às ruas: "O povo perdeu o poder de compra"

Os angolanos voltam às ruas este sábado. Protesto contra alta dos combustíveis e o agravamento do custo de vida promete "parar" Angola. O movimento denuncia a "pobreza galopante" e exige a libertação do ativista Osvaldo Caolho. O secretário-geral da Associação dos Motoristas Independentes de Angola denuncia "arrogância e incapacidade" do Governo e convoca o povo para as ruas.

Este sábado, Luanda será novamente palco de manifestações populares contra o agravamento do custo de vida, com destaque para o aumento dos preços dos combustíveis e dos transportes públicos. A iniciativa é promovida pelo Movimento contra a Subida do Preço dos Combustíveis e conta com o apoio de diversos setores da sociedade, incluindo os taxistas.

A Associação dos Motoristas Associados Independentes de Angola confirmou a mobilização dos seus membros para participarem na marcha. Em declarações à comunicação social, o secretário-geral da associação, Alexandre Barros, criticou duramente o Governo e a Agência Nacional de Transportes Terrestres, acusando-os de “arrogância, incapacidade e desconhecimento do setor”.

Segundo Barros, o aumento dos combustíveis e das tarifas de táxi está a agravar a situação económica das famílias angolanas. "As famílias estão pobres, os jovens não conseguem pagar transporte. O Governo não apresenta soluções e combate quem tenta trabalhar por conta própria", afirmou. O dirigente apelou à participação de todos os cidadãos, sublinhando que “o petróleo é dos angolanos e não do FMI" e que “não podemos pagar como países que não produzem".

Também Adilson Manuel, porta-voz do movimento organizador, alertou para a gravidade da crise social no país, referindo que muitas famílias estão a perder o poder de compra. O movimento acusa o Executivo de João Lourenço de insensibilidade perante a situação e denuncia repressão policial em manifestações anteriores, com registo de feridos, detenções arbitrárias e cortes no acesso à internet.

Os manifestantes exigem ainda a libertação do ativista Osvaldo Caolho, que consideram estar detido de forma ilegal. A marcha está prevista para começar no Largo do Cemitério do Santana e terminar no Largo da Sé. Os organizadores garantem que será uma manifestação pacífica, com o objetivo de entregar uma petição ao Presidente da República, solicitando a revisão do decreto que levou ao aumento dos preços dos combustíveis.

"Queremos ser ouvidos e recuperar o poder de compra do povo angolano", afirmou Adilson Manuel.

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