ACNUR anuncia fim de escritórios em Angola
Por TopAngola ·

Resumo:
O ACNUR fechará escritórios em Luanda e Lunda-Norte no último trimestre de 2025 por falta de fundos, mas manterá apoio a 56 mil refugiados.
Pontos-chave:
Em maio de 2025, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) anunciou que encerrará seus escritórios em Angola a partir do último trimestre do ano. A decisão foi motivada pela escassez de recursos, reflexo da diminuição global de doações e financiamentos. O comunicado foi feito em Dundo, província da Lunda-Norte, durante um encontro com autoridades locais, representantes diplomáticos e parceiros internacionais.
O encerramento afetará escritórios em Luanda e na Lunda-Norte. Embora a estrutura física seja desativada, a instituição manterá canais operacionais alternativos para não interromper o fluxo de atendimento e suporte aos refugiados. A medida reflete a necessidade de ajustar o modelo organizacional frente às limitações de financiamento, sem comprometer objetivos humanitários. A estratégia inclui parcerias com organismos regionais e ONGs para maximizar recursos.
O ACNUR assegura que a assistência não será interrompida e continuará a atender 56 mil refugiados de várias nacionalidades em Angola. Serão mobilizados mecanismos alternativos, como escritórios menores com pessoal nacional e suporte remoto, além de parcerias com autoridades governamentais e organizações não governamentais. Esse modelo visa garantir o acolhimento, o fornecimento de abrigo, alimentos, serviços de saúde e proteção jurídica aos deslocados.
Além disso, está prevista a abertura de um escritório de supervisão na África do Sul, que monitorará as atividades do ACNUR em Angola a distância. Essa unidade regional permitirá coordenação mais eficaz dos programas humanitários, otimização de recursos e suporte técnico. O planejamento inclui também a criação de um pequeno escritório local em Angola, com dois oficiais nacionais, para manter presença direta no terreno.
Representantes diplomáticos do Reino Unido, França e China participaram das reuniões em Dundo para avaliar as condições dos refugiados, em especial daqueles assentados em Lóvua. No local, vivem mais de seis mil pessoas provenientes da República Democrática do Congo, que fugiram de conflitos na região de Kasai desde 2017. O diálogo busca articular novos fundos e programas de assistência humanitária.