Indústria impulsiona crescimento da agricultura
Por TopAngola ·
Resumo:
José Lumbo defende apoio industrial para reduzir custos na produção agrícola local. Aponta exportações à RDC e ressalta desafios logísticos.
Pontos-chave:
Em 21 de agosto de 2025, no programa “Tem a Palavra” do Capital Central, o economista José Lumbo abordou desafios da valorização da produção nacional. Durante o debate, ressaltou a dinâmica atual do setor agrícola e sua relevância para a economia de Angola, enfatizando a necessidade de avaliações estratégicas para garantir sustentabilidade e competitividade diante de importações mais baratas. Salientou a urgência de políticas públicas eficazes.
Segundo José Lumbo, a estrutura de custos dos produtores iniciantes é elevada, sobretudo devido aos investimentos iniciais e aos custos fixos que ainda não foram diluídos. Ao longo do tempo, destacou que esses custos fixos tendem a diminuir com a escala, o que pode tornar os produtos nacionais mais competitivos frente às importações, porém requer suporte e planejamento para acelerar essa trajetória de redução de despesas.
O economista salientou que o setor agrícola demanda um grande volume de insumos e que o envolvimento dos demais setores é crucial para criar uma cadeia produtiva integrada. Segundo ele, políticas de incentivo industrial devem acompanhar o crescimento do campo, promovendo parcerias e investimentos que fortaleçam as conexões entre agricultura, agroindústria e logística, de modo a otimizar recursos e estimular o desenvolvimento econômico sustentável.
José Lumbo revelou que produtores locais já exportam para a vizinha República Democrática do Congo (RDC), demonstrando potencial de expansão regional. Ele fez um apelo para o acompanhamento da indústria, destacando que esse suporte é essencial para enfrentar os três grandes desafios da economia: elevação de custos, déficit de oferta e necessidade de agregar valor internamente, contribuindo para a competitividade nacional.
Ainda que o aumento da produção agrícola seja notável, Lumbo afirmou que ela não supre a demanda interna, o que impõe a necessidade de estratégias mais robustas. Ele enfatizou a urgência de investimentos em infraestrutura logística, acesso a crédito e capacitação técnica, visando aprimorar a capacidade produtiva e assegurar que a oferta acompanhe o crescimento do consumo, fortalecendo o mercado nacional e reduzindo dependência de importações.
