Adalberto Costa Júnior recusa medalha dos 50 anos
Por TopAngola ·
Resumo:
O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, recusou a medalha dos 50 anos da independência, criticando a exclusão de Jonas Savimbi e de líderes do PRA-JA.
Pontos-chave:
As celebrações dos 50 anos da independência de Angola preveem condecorações em duas classes: Independência e Paz e Desenvolvimento. O Presidente João Lourenço anunciou a lista de 670 homenageados, entre personalidades públicas e civis. Apesar da magnitude do evento, surge controvérsia quando líderes da oposição questionam os critérios de seleção e a ausência de figuras históricas relevantes na lista oficial. A cerimónia está marcada para julho em Luanda.
A Comissão Política da UNITA deliberou impedir que Adalberto Costa Júnior seja condecorado. Segundo Evaldo Evangelista, secretário nacional da comunicação, não faz sentido agraciar o atual presidente do partido quando o fundador, Jonas Savimbi, foi excluído. A decisão foi comunicada ao Novo Jornal pouco antes da divulgação oficial da lista presidencial. O posicionamento interno reflete tensões sobre reconhecimento histórico e representatividade política, com repercussões no debate nacional.
Em paralelo, Adalberto Costa Júnior recusou oficialmente a condecoração e criticou publicamente o critério de exclusão de Jonas Savimbi. Em entrevista à Ver Angola, o líder do partido classificou a homenagem como incoerente e um “retrato enviesado” da história angolana. A recusa simboliza um protesto contra a forma como o governo define méritos e seleciona homenageados no âmbito dos 50 anos, reacendendo discussões sobre justiça histórica.
Sobre o PRA-JA Servir Angola, a situação gerou silêncio. Abel Chivukuvuku, líder da formação política, não se pronunciou oficialmente sobre a condecoração. Uma fonte do partido optou por não comentar, reforçando a opacidade do processo de seleção. A ausência de declarações de outros grupos políticos intensifica dúvidas sobre a transparência e critérios adotados pelo governo na escolha de personalidades a serem homenageadas. Este episódio reacende antigos debates internos.
As repercussões políticas se estendem para o debate nacional sobre memória e reconciliação. Observadores apontam que a controvérsia expõe falhas no processo de homenagem e aprofunda clivagens partidárias. Analistas sugerem revisão dos critérios de condecoração para incluir vozes diversas e garantir reconhecimento heterogéneo. A discussão promete marcar o calendário político e influenciar futuras iniciativas de celebração de marcos históricos importantes no país.
