Burla de agência de viagens lesou dezenas
Por TopAngola ·
Resumo:
Falsa agência de viagens em Angola burlou clientes em mais de 70 milhões de kwanzas, exigindo pagamento antecipado e emitindo vistos falsos.
Pontos-chave:
Em 30 de junho de 2025, a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) iniciou uma operação após várias denúncias de burla envolvendo a agência 'Explore the World from Angola'. As vítimas, residentes em diferentes províncias, relataram pagamento adiantado por serviços de visto que nunca foram entregues. A investigação apontou movimentações suspeitas de fundos e indícios de documentos falsificados para fins de emigração.
Os burlões exigiam pagamentos à cabeça, via transferência bancária ou Terminal de Pagamento Automático (TPA) na própria agência, alegando que tais quantias eram necessárias para carimbo de vistos em Benguela. Algumas vítimas chegaram a deslocar-se à província, com despesas custeadas pelos golpistas, que depois interrompiam qualquer contato. Quando eram solicitados reembolsos, apresentavam falsos bordereaux, prolongando a fraude e enganando ainda mais clientes.
Segundo a DIIP, a agência conseguiu lesar mais de 70 milhões de kwanzas, afetando dezenas de requerentes. Entre os documentos apreendidos figuram 112 passaportes, 12 cartões Visa selados e 50 processos individuais, além de contratos de agendamento de vistos, bilhetes de passagem e diverso material de escritório. Esses elementos reforçam a escala e a organização da burla, indicando atuação reiterada dos suspeitos.
Após monitoramento, a polícia deteve os responsáveis pela agência, incluindo um reincidente que já proporcionou golpes semelhantes em liberdade condicional. As detenções ocorreram graças à colaboração entre a Polícia Nacional e a DIIP, evidenciando esforços conjuntos para combater crimes transnacionais. O caso ressalta a necessidade de vigilância reforçada, ações educativas e melhorias nos controles de emissão de vistos em Angola.
Uma das vítimas, uma mulher que sonhava emigrar com os filhos para os Estados Unidos, chegou a vender a residência para custear o processo de visto. Após perceber a fraude, comunicou às autoridades e passou a compor o inquérito da DIIP. Este relato humano ilustra o impacto devastador das burlas, que exploram esperanças e recursos financeiros de famílias atraídas por promessas de novos começos.
