Gasóleo sobe a 400 kwanzas com ajuste gradual

Por TopAngola · mês passado

Resumo: 

IRDP ajusta preço do gasóleo para 400 kwanzas por litro a partir de 4 de julho de 2025, no âmbito do mecanismo de ajustamento flexível.

Pontos-chave:

• O Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP) anunciou que, a partir das 00h00 de 4 de julho de 2025, o preço de venda ao público do gasóleo passa a ser de 400 kwanzas por litro. A medida visa ajustar gradualmente o preço interno à paridade de importação, reduzindo o peso dos subsídios no orçamento e alinhando-se aos níveis praticados no mercado.

• O ajuste gradual está previsto no Decreto Executivo Conjunto 81/23, de 1 de junho, e obedece ao Mecanismo de Ajustamento Flexível, bem como à paridade de importação e exportação definida no Decreto Presidencial n.º 283/20, de 27 de outubro. Esta política procura garantir maior sustentabilidade fiscal e promover a racionalização do consumo de produtos derivados de petróleo no país angolano.

• Os preços da gasolina, do petróleo iluminante e do gás de petróleo liquefeito (GPL) mantêm-se inalterados, continuando sob o regime de preços fixados pelo Governo. A decisão assegura estabilidade no custo dos combustíveis alternativos e evita ajustes simultâneos que poderiam agravar o aumento da inflação. Consumidores e empresas poderão contar com previsibilidade nos valores da maioria dos derivados de petróleo.

• Especialistas como José Lumbo e Pedro Cajama prevêm impactos diretos no custo de vida das famílias angolanas. Lumbo destaca que o aumento do preço do gasóleo pressionará a inflação e elevará custos de transporte e produção industrial, reduzindo o poder de compra. Cajama ressalta a importância de considerar serviços básicos eficientes na formação dos preços e maior transparência na gestão dos valores retirados da subvenção.

• Analistas recordam que Angola figurava entre os países com combustível mais barato do mundo, incentivando o contrabando para vizinhos. A correção visa coibir práticas ilegais e alinhar os valores internos aos praticados em África Austral. Prevê-se também maior pressão sobre o setor privado por reajustes salariais e risco de aumento da pobreza extrema, caso não haja medidas de amortecimento social e transparência no uso dos recursos liberados.