Lourenço relança cooperação Angola-Gabão
Por TopAngola ·

Resumo:
Visita relâmpago de João Lourenço a Libreville sela o fim do isolamento do Gabão, firma acordo cultural e reativa comissão bilateral Angola-Gabão.
Pontos-chave:
Em 13 de maio de 2025, João Lourenço passou poucas horas em Libreville, recebido por Brice Oligui Nguema no Palácio da Renovação. A deslocação marcou o primeiro encontro presencial entre ambos após o golpe de 2023 e simbolizou o reatamento de uma relação que estava congelada. As delegações revisitaram dossiês políticos, económicos e de segurança regionais pendentes importantes bilaterais históricos.
Sublinhando a eleição de 12 de Abril, que deu 94 % dos votos a Oligui, Lourenço afirmou que o pleito foi “um bom exemplo para África”. Disse ter orientado o Conselho de Paz e Segurança da UA a levantar todas as sanções ao Gabão, encerrando quase dois anos de isolamento diplomático. Observadores internacionais confirmaram o carácter livre, transparente e pacífico do processo.
As partes reactivaram a Comissão Bilateral Angola/Gabão e acordaram realizar a próxima sessão em Luanda, “o mais cedo possível”. Foi assinado um Acordo de Cooperação Cultural que cobre artes, língua e programas de intercâmbio. Lourenço convidou Oligui a visitar Angola e prometeu aprofundar sinergias em petróleo, agricultura, transporte marítimo e indústria para impulsionar o comércio regional da CEEAC.
No encontro, o Presidente angolano agradeceu o indulto concedido a sete pescadores de Cabinda detidos desde 2023 por pesca ilegal. Angola enviará meios para repatriá-los “ao seio das suas famílias”. O gesto reforçou a nota humanitária da visita e serviu de exemplo de confiança mútua entre os dois governos, que pretendem cooperar também em segurança marítima no Golfo da Guiné.
Oligui recordou que o golpe de 2023 gerou críticas severas de Luanda: “Não há golpes bons”, dissera Lourenço na UA. A realização das eleições e o compromisso com a transição constitucional abriram caminho para a normalização: novos instrumentos jurídicos foram firmados, prioridade aos hidrocarbonetos e desenvolvimento social. Analistas vêem o relançamento como passo-chave para estabilidade na África Central.