Educação corta fantasmas da folha salarial
Por TopAngola ·
Resumo:
A ministra Luísa Grilo anunciou no Lubango o recadastramento para eliminar funcionários ausentes, libertar verbas e contratar novos docentes face à carência.
Pontos-chave:
Em 12 de maio de 2025, no Lubango, a ministra da Educação, Luísa Maria Grilo, reuniu-se com dirigentes provinciais e admitiu que o sector ainda sofre com falta de professores, turmas superlotadas e cobertura limitada da merenda escolar, deixando milhares de crianças fora do sistema oficial de ensino básico regular.
Segundo dados do ministério, a carência ronda 80 mil docentes em todo o país e mais de 1,3 milhões de alunos estudam em regime de dois ou três turnos diários. A Huíla, por exemplo, precisa de 4 500 novos professores e 900 salas para cumprir a meta de universalizar o ensino primário até 2030.
Para resolver, Grilo anunciou um “recadastramento nacional” no Sistema Integrado de Gestão Financeira (SIGF). “As pessoas que não estão a trabalhar no sector da educação devem sair da nossa folha”, afirmou, sublinhando que concursos públicos só ocorrerão mediante as inactivações realizadas, sem aumento adicional de orçamento.
A medida visa identificar milhares de funcionarios fantasmas que custam ao Tesouro milhões de kwanzas mensais. Com a libertação dessas verbas, o ministério prevê abrir até 20 000 vagas para docentes em 2026, priorizando áreas rurais e disciplinas de Ciências e Matemática, as mais críticas no último inquérito educacional.
O processo de recadastramento arranca em junho e deverá estar concluído antes do início do ano lectivo de 2026. Auditorias independentes acompanharão as províncias e relatórios trimestrais serão enviados à Assembleia Nacional. Organizações estudantis saudaram a decisão, mas pedem transparência para evitar que cortes recaiam sobre professores activos.
