Angola e Omã firmam parceria em minas e energia
Por TopAngola ·

Resumo:
Diamantino Azevedo liderou missão angolana a Omã. Reuniões com a estatal OQ e o ministério local projetam novos pactos de mineração, petróleo e gás.
Pontos-chave:
Em 1 de maio de 2025, no Muscat, o ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, reuniu-se com a direcção da estatal omanita OQ. O encontro abriu um ciclo de conversas estratégicas para alinhar políticas de mineração e energia dos dois países, depois de meses de contactos técnicos preparatórios, incluindo proposta de criação de comités técnicos mistos.
Paralelamente, equipas da Endiama e da Sodiam sentaram-se com a Taadeen, companhia que acabou de entrar na Sociedade Mineira de Catoca, responsável por grande parte do diamante angolano. O objectivo foi definir cronogramas de investimento e partilhar tecnologia de prospecção, abrindo a porta a novos jazigos sob gestão conjunta, prevendo-se aumento da produção, das receitas fiscais e reforço da formação de quadros.
Num segundo momento, Azevedo foi recebido pelo ministro omanita Salim Bin Nasser Al Aufi, que comandou discussões sobre refinação, gás natural liquefeito e interligação logística entre os portos de Luanda e Duqm. Foi ventilada a assinatura de um memorando de entendimento para troca de dados sísmicos, participação cruzada em leilões de blocos e criação de joint ventures de serviços de engenharia.
A anfitriã OQ, conglomerado estatal avaliado em mais de 30 mil milhões USD, opera da exploração à petroquímica. A empresa manifestou interesse em partilhar capacidade de refino e tecnologia de hidrogénio verde com a Sonangol. “Queremos sinergias que criem valor a longo prazo”, disse um executivo, apontando 2026 como horizonte para os primeiros projectos piloto e explorando financiamento conjunto via fundos soberanos.
Os ministérios acordaram criar até junho grupos de trabalho para elaborar um roteiro de cinco anos: expansão da Catoca, novos blocos offshore, formação de quadros e revisão fiscal. Analistas veem a aliança Angola–Omã como ponte entre África e Golfo, reduzindo risco e atraindo capital árabe, enquanto diversifica receitas além do crude, abrindo mercado para gás natural liquefeito e petroquímicos de alto valor.