Pobreza em Angola expõe falhas institucionais
Por TopAngola ·

Resumo:
Bispos católicos angolanos alertam para o agravamento da pobreza e solicitam reformas urgentes para combater desigualdades sociais e institucionais.
Pontos-chave:
Em 17 de setembro de 2025, na abertura da II Assembleia Plenária da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), realizada no Santuário da Muxima, Diocese de Viana, os bispos católicos angolanos reuniram-se para discutir urgências sociais. A iniciativa, presidida pelo arcebispo José Manuel Imbamba, sublinhou a necessidade de analisar o contexto político e económico do país em face dos recentes tumultos.
Os bispos destacaram que os tumultos de julho de 2025 “revelaram buracos sociais, familiares e institucionais muito profundos” nesta sessão no tecido nacional. Este diagnóstico expõe lacunas na estrutura de apoio às famílias, evidenciando a fragilidade de mecanismos públicos de proteção social, e reforça a urgência de ações coordenadas entre Estado, sociedade civil e comunidade religiosa, apontando caminhos de diálogo.
Para o arcebispo José Manuel Imbamba, a pobreza em Angola não é apenas material, mas também social, política, cívica, cultural e espiritual. Esta visão ampliada sublinha como a falta de oportunidades e a fratura institucional minam a confiança pública. Os bispos enfatizam a importância de abordar múltiplas dimensões do flagelo para promover a dignidade humana e fortalecer o tecido social angolano.
Os prelados observaram estado de ansiedade entre a juventude angolana, marcado por medo, incerteza e frustração. Apontam que a instabilidade social, a escassez de emprego e as assimetrias regionais agravam o sentimento de desesperança. Destacam a necessidade de fomentar o diálogo entre governantes e cidadãos, evitando o uso desproporcional da força e promovendo uma transformação interior que envolva toda a sociedade.
No encerramento, os bispos apelaram a reformas profundas no aparelho de Estado, enfatizando que ele deve servir exclusivamente a cidadania e o bem comum. Reforçaram a urgência de cultivar uma cultura de paz, justiça, reconciliação e tolerância. Destacaram que o jubileu de 50 anos de independência é oportunidade propícia para renovar mentalidades e consolidar compromissos corresponsáveis em prol da coesão nacional.