Angola reforça cibersegurança na aviação civil
Por TopAngola ·

Resumo:
Presidência aprova Programa de Segurança da Aviação Civil e Governo reforça formação e barreiras contra ciberataques em aeroportos angolanos.
Pontos-chave:
Em 27 de abril de 2025, o Presidente João Lourenço aprovou o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil (PNSAC), alinhando Angola às normas do Anexo 17 da Convenção de Chicago de 1944. A decisão surge após reiterados alertas sobre vulnerabilidades digitais e sinaliza prioridade máxima para proteger passageiros, tripulações, carga e infra-estruturas críticas contra interferência ilícita nas rotas domésticas e internacionais.
O PNSAC aplica-se a todos os aeroportos, pistas de pouso, operadores e prestadores de serviços de tráfego aéreo. Prevê protocolos concretos para deter sequestros, sabotagem de aeronaves, tomadas de reféns e introdução de armas ou explosivos. Define inspeções diferenciadas para passageiros, bagagens, carga e correio, exigindo cooperação total entre entidades públicas e privadas que atuam no sector, e aprimoradas auditorias internas.
À Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) cabe liderar a implementação: criar regulamentos, certificar profissionais, auditar controle de qualidade, partilhar inteligência com outros Estados e introduzir tecnologia de rastreio avançado. Também deverá proteger dados sensíveis, financiar pesquisa em novos equipamentos e respeitar princípios de fatores humanos. A meta declarada é garantir “segurança, regularidade e eficiência” sem travar o crescimento do transporte aéreo no país.
No mesmo dia, o secretário de Estado Rui Carreira abriu o 2.º workshop “Aviação e Cibersegurança no mundo digital”. Recordou o recente ataque que extraiu ficheiros da companhia TAAG e avisou: o novo Aeroporto Dr. António Agostinho Neto, “mesmo com tecnologia de ponta, continua exposto”. Pediu sistemas robustos e atualização constante dos quadros. O encontro analisou uso de inteligência artificial, educação digital, combate à desinformação e construção de resiliência.
O Executivo compromete-se a formar mais especialistas e certificar todos os aeroportos do território, criando rede de vigilância nacional integrada. A prioridade é bloquear ataques antes que afetem operações, garantindo continuidade de voos e confiança dos passageiros. Para Carreira, “estarmos preparados e vigilantes” é condição para que a aviação angolana atraia investimento e suporte o aumento previsto no tráfego internacional.