Ativistas em Luanda Reagem à Intimidação Policial
Por TopAngola ·

Resumo:
Ativistas angolanos denunciam intimidação policial em Luanda ao anunciarem marcha contra o aumento do combustível e dos transportes.
Pontos-chave:
Em 11 de julho de 2025, ativistas angolanos reuniram-se no Largo Cesário Verde, em Vila Alice, Luanda, para anunciar oficialmente a realização de uma marcha pacífica contra o reajuste do preço do combustível e dos transportes. A conferência foi precedida por um clima de apreensão, pois membros do movimento social temiam intervenção policial e planejavam transmitir ao vivo pelas redes sociais para documentar qualquer ato de intimidação.
Enquanto preparavam o espaço para os jornalistas, efetivos da polícia chegaram ao local exigindo a remoção de cartazes e materiais de divulgação. Os manifestantes relataram que agentes tentaram impedir a afixação de um dístico com a frase “Combustível sobe, a vida para!”, provocando repúdio e tensão. Diversos jovens gravaram lives para denunciar publicamente a postura considerada arbitrária e intimidatória das autoridades no ato.
Em discursos emocionados, a ativista Laura Macedo afirmou que a carta do governo autorizando a marcha não seria suficiente diante do cerco policial, enquanto Gilson da Silva Moreira, conhecido como Tanaice Neutro, criticou o Presidente João Lourenço por ser insensível aos desafios da população. Os líderes reforçaram a determinação de não recuar e prosseguir com a mobilização pacífica, respeitando o itinerário previamente acordado.
O movimento social detalhou o percurso planeado, que sairia do Mercado de São Paulo e seguiria até o Largo da Maianga, próximo à sede do parlamento. O Governo Provincial de Luanda enviou ofício informando não haver impedimentos para a marcha, mas orientou contato prévio com a polícia para definir medidas de segurança. Os ativistas destacaram a importância de manter a ordem e a legalidade durante todo o trajeto.
Na sequência do protesto, o reajuste aplicou aumento no preço do gasóleo de 300 para 400 kwanzas por litro, elevando a tarifa dos táxis coletivos para 300 kwanzas por viagem e dos autocarros urbanos para 200 kwanzas. As mudanças pressionam financeiramente as famílias, intensificando o descontentamento social. Os ativistas ressaltaram que a mobilização busca alertar a opinião pública e incentivar diálogo sobre políticas de custo de vida.