BD decide futuro e apela por movimento cidadão
Por TopAngola ·
Resumo:
Bloco Democrático debate saída da FPU para concorrer isolado em 2027 e apela à criação de movimento de cidadania para alternância política.
Pontos-chave:
Na 31 de agosto de 2025, o Bloco Democrático reconduziu Muata Sebastião como secretário-geral e prepara a eleição do presidente e vice-presidente em 2 de setembro, numa votação direta dos militantes, segundo o novo regulamento aprovado na 5ª Convenção Nacional. Este formato busca reforçar a participação democrática interna e diferenciar a posição do partido frente a decisões por delegados, refletindo uma estratégia de transparência e maior envolvimento da base.
O partido enfrenta imperativos legais para se desvincular da Frente Patriótica Unida (FPU) caso queira concorrer isoladamente em 2027. Se mantiver a aliança, arrisca ficar fora do boletim de voto e, em consequência, sofrer extinção conforme as normas eleitorais vigentes em Angola. Esta condição impulsiona o debate interno sobre a saída oficial da FPU para garantir registros e evitar sanções que inviabilizariam a atuação política e a representação parlamentar futura.
Na V Convenção Nacional, Filomeno Vieira Lopes reforçou a necessidade de formar uma frente cidadã que una sociedade civil e partidos com vistas à alternância democrática. Segundo ele, o ‘preço da mudança’ é alto e exige compromisso coletivo para reformar instituições eleitorais e consolidar a verdadeira competição política. Esta proposta visa articular diferentes setores da nação em torno de objetivos comuns e definir estratégias para fiscalizar processos e garantir observância aos padrões internacionais de transparência e justiça eleitoral.
Fontes do Novo Jornal indicam que, além da saída da FPU, o Bloco estuda alternativas não divulgadas publicamente. As opções incluem negociações para coligações flexíveis ou fórmulas de participação em movimentos cívicos, mantendo identidade partidária e buscando unidade estratégica contra o MPLA nas eleições de 2027. Este cenário reflete a complexidade do contexto político angolano e a busca por soluções que equilibrem independência organizacional e eficácia eleitoral, diante de um ambiente de alta competitividade e exigências legais.
Com a definição do novo órgão diretivo e a mobilização por um movimento amplo, o Bloco Democrático procura reposicionar-se no cenário eleitoral. Analistas apontam que a unidade programática e a coerência institucional serão cruciais para conquistar eleitores indecisos e assegurar quorum mínimo nas assembleias municipais e Parlamento Nacional.
