Cenário negativo para petróleo angolano até 2032
Por TopAngola ·

Resumo:
A produção de petróleo em Angola deve enfrentar uma trajetória negativa até 2032 sem descobertas de novas reservas, alerta relatório econômico.
Pontos-chave:
Em 3 de setembro de 2025, o Cinvestec divulgou análise que projeta uma perspectiva muito negativa para a produção petrolífera em Angola até 2032, caso não sejam descobertas reservas adicionais que sustentem a estabilização e garantam continuidade de extração após contratos vigentes. Estudo critica incongruências na avaliação do setor e alerta que contratos podem reduzir rendimentos do Estado em até 60% por barril.
O texto ressalta incongruências metodológicas apontadas pelo FMI e pelo INE na medição do desempenho do setor extractivo, que podem levar a projeções imprecisas. Os economistas do Cinvestec sugerem revisão de indicadores e harmonização de dados antes de firmar novos contratos, a fim de garantir maior transparência e fidelidade na avaliação de reservas, produção e receita gerada por barril, reforçando a tomada de decisão estatal.
Segundo as projeções, a extração adicional por meio de novos poços marginais exigirá contratos menos favoráveis, resultando em redução de até 60% nos rendimentos por barril para o Estado angolano. Essa estratégia visa prolongar a extração, mas pode comprometer receitas vitais. Os analistas alertam que, sem investimentos complementares em exploração, o setor entra na chamada 'era pós-petrolífera', com desafios de financiamento de projetos sociais.
O relatório propõe que o crescimento sustentável da economia angolana passe pelo desenvolvimento da agricultura como alternativa de diversificação. Segundo os investigadores, investimentos no setor agrário podem gerar resultados significativos em até dez anos, reduzindo dependência petrolífera. A transição exige criação de infraestrutura, capacitação técnica de produtores e políticas de apoio a pequenos agricultores, promovendo segurança alimentar e estabilidade econômica a médio e longo prazo.
Para reverter o panorama negativo, o documento enfatiza a urgência na descoberta de novas reservas, seja em campos já identificados ou em áreas marginais, mediante tecnologia avançada e parcerias internacionais. Recomenda-se revisão de contratos, maior flexibilidade fiscal e incentivos à exploração. Sem essas medidas, o país corre risco de queda acentuada na produção de petróleo, impactando orçamentos públicos e processos de desenvolvimento nacional.