Angola inova com primeira telecirurgia robótica
Por TopAngola ·
Resumo:
Angola realizou a primeira cirurgia robótica remota a 17 mil km de Orlando, EUA, reforçando a cooperação e capacitando profissionais de saúde locais.
Pontos-chave:
Em 14 de junho de 2025, em Luanda, Angola marcou um avanço histórico ao realizar sua primeira cirurgia de remoção da próstata com comando robótico a 17 mil quilômetros de distância. O procedimento ocorreu no Hospital Cardeal Dom Alexandre do Nascimento e contou com uma equipa angolana de anestesistas, instrumentistas e enfermeiros garantindo segurança enquanto o especialista operava o robô remotamente.
O comando cirúrgico foi conduzido por um médico especialista em Orlando, EUA, comunicando-se em tempo real através de sistemas digitais de alta conectividade. A ligação permitiu transmitir dados precisos sobre posição, pressão e movimentos do instrumento, assegurando controlo eficaz da intervenção. Em Luanda, a equipa local manteve vigilância constante, pronta para intervir presencialmente em caso de necessidade e garantir a estabilidade do paciente durante todo o procedimento.
O evento fez parte do ANGOTIC 2025, fórum internacional de tecnologias de informação e comunicação realizado em Luanda, reunindo especialistas, inovadores e decisores. A iniciativa destacou-se por colocar Angola na vanguarda da telecirurgia africana, promovendo alianças entre instituições médicas e tecnológicas. Participantes enfatizaram a importância de investimentos em infraestrutura de banda larga e formação especializada para replicar intervenções remotas em outras áreas críticas da saúde pública nacional e regional.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, sublinhou que o procedimento simboliza um salto qualitativo nos serviços de saúde angolanos, capacitando profissionais e fortalecendo parcerias internacionais. Segundo ela, “este marco demonstra o impacto de investir em tecnologia e educação médica contínua”, garantindo resultados mais seguros e eficientes. A governante recordou ainda que uma telecirurgia experimental, realizada há três meses, foi decisiva para preparar a equipa para o desafio atual.
O sucesso da operação abre caminho para futuras intervenções robóticas em diversas especialidades, incluindo cirurgia cardíaca e ortopédica, reduzindo riscos e tempos de recuperação. Analistas veem o feito como um catalisador para políticas de saúde digital e expansão de redes de telemedicina em Angola. Esta conquista coloca o país entre os pioneiros no continente africano, inspirando projetos de cooperação que visam melhorar o acesso e a qualidade dos serviços hospitalares.
