Cólera em Angola atinge 17 mil casos e 566 mortes
Por TopAngola ·

Resumo:
Surto de cólera em Angola entra no quarto mês, ultrapassa 17 mil infecções e soma 566 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde e OMS.
Pontos-chave:
Desde 7 de janeiro de 2025, o surto de cólera multiplicou-se e já atinge 17 das 21 províncias angolanas. Os dados consolidados, divulgados a 1 de maio, apontam para 17 258 casos acumulados e 566 mortes. A epidemia entra assim no quarto mês, sem sinal claro de abrandamento, segundo boletins diários do Ministério da Saúde. Neste momento, 710 pessoas permanecem internadas nos centros de tratamento.
Nas últimas 24 horas, o país notificou 267 novas infecções, com Benguela (101) e Luanda (55) no topo, seguidas de Cuanza Sul, Cuanza Norte e Namibe. O padrão confirma a expansão costeira e pelo corredor norte-sul. Receberam alta 262 pacientes, mas 5 novas vítimas elevaram o risco percebido, alertam técnicos de vigilância. Autoridades estimam que cada caso clínico represente pelo menos quatro infecções ocultas.
Luanda continua epicentro com 5 765 casos e 200 mortes, seguida por Benguela (3 569), Bengo (2 940) e Cuanza Norte (1 847). As províncias interiores como Huambo, Bié e Lunda Sul registam números baixos, mas a Organização Mundial da Saúde teme saltos rápidos devido ao frágil acesso a água potável. Vacinação oral emergencial cobre só parte dos distritos. Mobilização comunitária foca cloro em fontes e saneamento básico.
A OMS classifica o momento como “crítico”. Em coordenação com o governo, despachou equipas de resposta rápida, instalou novos centros de hidratação e enviou tanques de água tratada para bairros periféricos. Formam-se profissionais, distribui-se kit de testagem e lançam-se campanhas massivas de comunicação em rádios locais com o lema: “Lavar, ferver, vacinar”. Paralelamente, 1,2 milhão de doses da vacina oral aguardam liberação aduaneira em Luanda.
Estudos internacionais citados pelo Novo Jornal sugerem que apenas 1 em cada 4 casos chega ao laboratório, porque muitos pacientes são assintomáticos e os postos carecem de reagentes. Água e alimentos contaminados mantêm a transmissão. Especialistas reforçam a “regra dos três”: beber só água tratada, cozinhar bem os alimentos, lavar as mãos com sabão — medidas mais baratas que o tratamento.