Conflito por água no Namibe causa até 20 mortes
Por TopAngola ·

Resumo:
Disputa por água para gado no Namibe resultou em 12 a 20 mortes. Governo local inicia construção de barragens e reabilitação de represas.
Pontos-chave:
Em 18 de agosto de 2025, na província do Namibe, eclodiu um conflito violento entre pastores das etnias Mucubal, Nhaneka-Umbi e outras, devido à escassez de água para o gado. O episódio, registrado às primeiras horas do dia, expõe a gravidade da seca que afeta o sul de Angola e motiva disputas territoriais e patrimoniais. Autoridades locais relataram crescente conflito nas comunidades rurais, com uso de catanas e flechas.
Fontes independentes confirmam que o confronto deixou entre 12 e 20 mortos, incluindo homens com idades entre 20 e 65 anos pertencentes a diferentes grupos étnicos. A nota oficial do Governo Provincial do Namibe menciona ainda vários feridos, sem detalhar números. Comunidades afetadas lamentam perdas humanas e materiais, enquanto familiares buscam notícias sobre desaparecidos e organizam velórios improvisados em aldeias vizinhas.
O Executivo provincial anunciou medidas de curto prazo para mitigar a crise hídrica: construção de seis barragens e reabilitação de 43 represas, com o intuito de aumentar a disponibilidade de água potável nas áreas rurais. Essas obras, parte do Plano de Investimentos Públicos, visam atender tanto ao consumo humano quanto ao uso agrícola e pecuário, buscando prevenir novos confrontos por recursos hídricos escassos.
A intensa seca no sul de Angola, agravada por padrões climáticos extremos, tem causado escassez de pasto e água, levando à morte de milhares de animais, incluindo bovinos, caprinos e suínos. Especialistas alertam que a falta de infraestrutura hídrica adequada amplifica o risco de ciclos de violência intercomunitária, pressionando autoridades a priorizar soluções sustentáveis e políticas de gestão integrada dos recursos hídricos.
Organizações não governamentais e agências humanitárias acompanham a situação, oferecendo assistência emergencial em saúde e distribuição de água potável. Reuniões com líderes locais buscam promover o diálogo e prevenir novas hostilidades. Observadores recomendam monitoramento contínuo das reservas hídricas e implementação de programas de capacitação para manejo sustentável, visando fortalecer a resiliência das comunidades diante de choques ambientais e sociais recorrentes.