Sexta-feira, Agosto 22
Resumo

Acordo e paz duradoura entre Kuvale e Nhaneka

Por TopAngola ·

2 min leitura
Acordo e paz duradoura entre Kuvale e Nhaneka

Resumo: 

Comunidades Kuvale e Nhaneka, no Namibe, firmam acordo para cessar disputas pela represa de Mulovei. Gestão conjunta e comissões de paz.

Pontos-chave:

  • O conflito tribal no Namibe envolvendo as etnias Nyaneka-Humbi, Kuvale, Mucubal e Nhaneka foi intensificado pela escassez de água devido à seca. Em 16 de agosto, confrontos surgiram junto à represa de Mulovei, gerando uma disputa histórica pelos recursos hídricos no sul de Angola e reacendendo tensões entre as comunidades locais, com lideranças tradicionais exigindo maior autonomia na administração da água.

  • Os confrontos resultaram em pelo menos 12 mortes confirmadas, embora relatos de ativistas sugiram mais de vinte vítimas, com corpos ainda não recolhidos. Famílias locais enfrentaram funerais coletivos a partir de quarta-feira, e milhares de pessoas fugiram para Bibala e áreas seguras, agravando o quadro humanitário da região diante da escassez de abrigo, água potável e apoio estatal, com assistência médica emergencial ainda insuficiente.

  • Autoridades do Namibe ordenaram o desarmamento nas zonas de Cacimba e Camucuio após reunião com líderes tradicionais e anúncio de seis grandes barragens e reabilitação de 43 represas, mas medidas são criticadas como insuficientes e “teatro”. Especialistas apontam falhas no modelo centralizado de governança e cobram projetos de curto prazo, como furos, cacimbas e bioindicadores comunitários, em vez de obras megalomanas.

  • Em 20 de agosto, as etnias Kuvale e Nhaneka selaram um acordo de perdão mútuo e gestão compartilhada da lagoa do Mulovei, mediado por autoridades provinciais e tradicionais. Ficou estipulado o desarmamento, reuniões regulares, comissões multissetoriais, apoio prioritário às famílias deslocadas, visando restaurar a ordem e promover convivência pacífica entre criadores de gado e medidas para resolução de litígios fundiários e combate ao roubo de gado.

  • Líderes e especialistas ressaltam a urgência de soluções de curto prazo: furos, cacimbas georreferenciadas e sistemas de captação de água pluvial, guiados pelas próprias comunidades. Defende-se bioindicadores para monitorar pastagens e garantir uso equitativo dos recursos. Analistas concluem que, sem uma abordagem participativa e descentralizada, o ciclo de violência e deslocamentos deve voltar a se agravar em novas épocas de estiagem.

Partilhar este resumo:

Receba as Top 10 notícias do dia, todos os dias

Outros Resumos