Homem preso por ameaçar queimar embaixadas
Por TopAngola ·

Resumo:
SIC prende em Luanda homem de 37 anos que publicou vídeo incitando incêndio às embaixadas dos EUA e França; suspeito será apresentado ao MP.
Pontos-chave:
O Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve, em 6 de maio, um cidadão angolano de 37 anos que divulgou nas redes sociais um vídeo com ameaças de incendiar as embaixadas dos Estados Unidos e de França em Luanda. A operação ocorreu no bairro dos Ramiros, município de Belas, após monitorização online que permitiu localizar e surpreender o suspeito durante a madrugada.
No vídeo, o detido convoca os angolanos a 'unirem-se para libertar África' e promete reagir se Ibrahim Traoré, presidente de transição do Burkina Faso, for assassinado. Acusa o MPLA e o Presidente João Lourenço de conivência com um alegado plano dos EUA. Caso Traoré seja morto, defende que as representações diplomáticas norte-americana e francesa devem ser 'partidas, queimadas e destruídas'.
De acordo com o SIC, os factos configuram crimes de instigação à violência, apologia ao crime e subversão da ordem pública. Após a detenção, o arguido foi encaminhado ao Ministério Público, que decidirá sobre a formulação da acusação e eventual aplicação de prisão preventiva. A pena para incitamento a actos terroristas pode chegar a vários anos de cadeia, segundo o Código Penal angolano vigente hoje.
O porta-voz do serviço enfatizou que «continuaremos implacáveis contra qualquer prática que perturbe a tranquilidade pública» e apelou ao uso responsável das redes sociais. A polícia de investigação lembra que Facebook, TikTok e WhatsApp não são 'território sem lei' e avisa que os seus departamentos de cibercrime monitorizam conteúdos 24 horas por dia para deter rapidamente autores de discursos de ódio e incitação à violência.
A detenção surge num momento em que várias capitais africanas reforçam a segurança junto às missões diplomáticas após protestos anti-franceses no Sahel. Em Angola, este é o segundo caso em 12 meses de ameaças online contra embaixadas ocidentais. Analistas avaliam que a rápida actuação do SIC visa dissuadir imitações e proteger investimentos estrangeiros num ano em que Luanda procura atrair novos parceiros e turistas internacionais.