Desigualdade Salarial em Angola Exposta
Por TopAngola ·

Resumo:
Emprego em Angola 2024 revela disparidade salarial de 340 vezes entre cargos de topo e base: até 17 milhões contra 50–100 mil kwanzas mensais.
Pontos-chave:
O Relatório do Emprego em Angola 2024, elaborado pelo Cinvestec da Universidade Lusíada, baseia-se em dados recolhidos entre 2020 e junho de 2024 na plataforma Jobartis. A pesquisa engloba diversas empresas, setores público e privado, oferecendo panorama detalhado do mercado de trabalho angolano. A análise inclui comparações por dimensão de empresa e função. Esses dados fornecem base sólida para analisar disparidades e orientar políticas públicas.
Os salários mais altos atingem 17 milhões de kwanzas, atribuídos principalmente a diretores-gerais e cargos de topo, enquanto os mais baixos variam entre 50 e 100 mil kwanzas, pagos a motoristas e trabalhadores de limpeza. A amplitude salarial chega a impressionantes 340 vezes, refletindo desigualdades profundas no mercado de trabalho. Micro e pequenas empresas enfrentam dificuldades adicionais para oferecer remunerações competitivas. Esses números evidenciam a urgência de intervenções.
As desigualdades salariais impactam o poder de compra e a qualidade de vida dos angolanos, especialmente quem ganha menos de 100 mil kwanzas. Pedro Calunga alerta que quem recebe salários baixos mal consegue cobrir alimentação, transporte e energia, acentuando o abismo socioeconômico. O relato destaca ainda que 14% dos funcionários públicos ocupam cargos de chefia, gastando o governo cerca de 7 mil milhões de kwanzas anuais em salários.
O estudo abrangeu empresas de diferentes portes: grandes, médias, pequenas e micro. Nas grandes, o salário máximo chega a 21 vezes o valor mais baixo das microempresas. A mediana salarial geral situa-se em 350 mil kwanzas, mas varia conforme a dimensão: 550 mil em grandes, 490 mil em médias, 365 mil em pequenas e 150 mil em micro. A amostra, porém, é limitada a 21 empresas.
Especialistas defendem repensar políticas salariais em Angola, criando mecanismos de valorização do trabalho de base e limitação das diferenças extremas. Sugerem tabelas salariais proporcionais a funções e dimensão das empresas, além de incentivos fiscais para quem investir em remunerações justas. O objetivo é reduzir a pobreza, melhorar produtividade e promover justiça social. A implementação dependerá de diálogo entre governo, setor privado e sindicatos.
5 Fontes
Dados sobre salários de directores-gerais revela desigualdades entre angolanos, diz especialista
Governo revela que 14% da Função Pública ocupa cargos de chefia
Salários mais altos em Angola chegam aos 17 milhões de kwanzas e os mais baixos rondam os 50 mil, revela relatório
Salário mais elevado em Angola é de 17 milhões kwanzas – relatório
Directores-gerais em Angola chegam a ganhar 17 milhões Kz por mês, revela relatório