Quarta-feira, Setembro 24
Resumo

Desigualdade Salarial em Angola Exposta

Por TopAngola ·

2 min leitura
Desigualdade Salarial em Angola Exposta

Resumo: 

Emprego em Angola 2024 revela disparidade salarial de 340 vezes entre cargos de topo e base: até 17 milhões contra 50–100 mil kwanzas mensais.

Pontos-chave:

  • O Relatório do Emprego em Angola 2024, elaborado pelo Cinvestec da Universidade Lusíada, baseia-se em dados recolhidos entre 2020 e junho de 2024 na plataforma Jobartis. A pesquisa engloba diversas empresas, setores público e privado, oferecendo panorama detalhado do mercado de trabalho angolano. A análise inclui comparações por dimensão de empresa e função. Esses dados fornecem base sólida para analisar disparidades e orientar políticas públicas.

  • Os salários mais altos atingem 17 milhões de kwanzas, atribuídos principalmente a diretores-gerais e cargos de topo, enquanto os mais baixos variam entre 50 e 100 mil kwanzas, pagos a motoristas e trabalhadores de limpeza. A amplitude salarial chega a impressionantes 340 vezes, refletindo desigualdades profundas no mercado de trabalho. Micro e pequenas empresas enfrentam dificuldades adicionais para oferecer remunerações competitivas. Esses números evidenciam a urgência de intervenções.

  • As desigualdades salariais impactam o poder de compra e a qualidade de vida dos angolanos, especialmente quem ganha menos de 100 mil kwanzas. Pedro Calunga alerta que quem recebe salários baixos mal consegue cobrir alimentação, transporte e energia, acentuando o abismo socioeconômico. O relato destaca ainda que 14% dos funcionários públicos ocupam cargos de chefia, gastando o governo cerca de 7 mil milhões de kwanzas anuais em salários.

  • O estudo abrangeu empresas de diferentes portes: grandes, médias, pequenas e micro. Nas grandes, o salário máximo chega a 21 vezes o valor mais baixo das microempresas. A mediana salarial geral situa-se em 350 mil kwanzas, mas varia conforme a dimensão: 550 mil em grandes, 490 mil em médias, 365 mil em pequenas e 150 mil em micro. A amostra, porém, é limitada a 21 empresas.

  • Especialistas defendem repensar políticas salariais em Angola, criando mecanismos de valorização do trabalho de base e limitação das diferenças extremas. Sugerem tabelas salariais proporcionais a funções e dimensão das empresas, além de incentivos fiscais para quem investir em remunerações justas. O objetivo é reduzir a pobreza, melhorar produtividade e promover justiça social. A implementação dependerá de diálogo entre governo, setor privado e sindicatos.

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