Executivo encerra Igreja BIMA por branqueamento
Por TopAngola ·

Resumo:
O Governo angolano, através do INAR, encerrou definitivamente a Igreja BIMA por branqueamento de capitais e transferência ilícita de valores.
Pontos-chave:
Em 1 de julho de 2025, o Executivo angolano, por meio do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), anunciou o encerramento definitivo da Igreja de Jesus Cristo de Espírito de Verdade, conhecida como Igreja BIMA. Decisão fundamenta-se em violação de normas legais, objetivando restabelecer a ordem pública e garantir a conformidade das atividades religiosas com a Constituição e as leis nacionais.
Segundo o comunicado do INAR, a confissão foi acusada de branqueamento de capitais, transferência ilícita de valores para o estrangeiro e facilitação de obtenção de documentos de cidadania por cidadãos estrangeiros. As provas coletadas foram remetidas à Procuradoria-Geral da República (PGR), onde tramita processo administrativo. O INAR salientou a gravidade das ocorrências reiteradas e a necessidade de zelar pela proteção dos fiéis e das instituições estatais.
Reagindo, o sociólogo António Salvador Arsénio Kiala destacou que o INAR deve ser mais atuante no acompanhamento das confissões, sobretudo face à proliferação de centenas de grupos religiosos atraídos pela promessa de prosperidade financeira. Abreu Ramos Kituta apontou a urgência de aprovar a Proposta de Alteração à Lei de Liberdade Religiosa, reforçando exigências de formação teológica e normas de segurança para líderes e fiéis.
O sociólogo Barreto Campos Sebastião criticou o Executivo, afirmando que a autorização de igrejas sem estruturas adequadas contribuiu para o surgimento desordenado de instituições religiosas. Ele sugeriu maior rigor nos processos de legalização e fiscalização, incluindo análise aprofundada de estatutos, comprovação de formação dos líderes e garantias de respeito aos direitos humanos, ao patrimônio cultural e à dignidade dos praticantes.
A proposta de alteração da Lei n.º 12/19, de 14 de Maio, busca ajustar o marco legal à realidade dinâmica angolana, exigindo formação superior em teologia para líderes religiosos e regulamentando trajes de culto. Mais de 77 confissões estão legalizadas, enquanto cerca de 2000 operam ilegalmente, o que intensifica o debate público sobre liberdade de religião, segurança jurídica e transparência nas relações entre Estado e instituições de fé.
4 Fontes
Executivo encerra definitivamente a igreja BIMA- sociólogos defendem que Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos deve ser mais actuante
Governo orienta encerramento definitivo da Igreja BIMA
Autoridades encerram Igreja por alegadas práticas de branqueamento de capitais
Igreja "BIMA" encerrada por branqueamento de capitais e cidadania ilegal