Pedro Pires propõe educação para inovação
Por TopAngola ·

Resumo:
Pedro Pires, aos 91 anos, defende reformar a educação em Cabo Verde para enfrentar a inteligência artificial e promover a inovação.
Pontos-chave:
Em 29 de junho de 2025, durante o debate pelos 50 anos de independência de Cabo Verde, o ex-Presidente Pedro Pires, aos 91 anos, sublinhou a importância da inovação para o futuro da nação. No relvado do estádio da Várzea, recordou a importância histórica daquele espaço e destacou o papel do debate público na definição de prioridades para os próximos 25 e 50 anos.
Durante o encontro, Pires referiu que "agora o meu telemóvel tem inteligência artificial" e partilhou a curiosidade e o desafio de aprender a usar tecnologias novas. Ao revelar ter adquirido recentemente um computador com IA, enfatizou que o desenvolvimento tecnológico exige acompanhamento e formação adequada. Segundo ele, essa realidade reforça a urgência de repensar práticas educativas para preparar cidadãos capazes de gerir inovações complexas.
Para Pires, o setor da educação deve ser repensado num conceito mais alargado, que ultrapasse o ensino formal e incorpore aprendizagem ao longo da vida. Alertou contra modelos que priorizam apenas a preparação para emigrar, questionando se o sistema está verdadeiramente alinhado com as necessidades de Cabo Verde. A proposta visa formar cidadãos preparados para criar soluções locais com criatividade e ética.
O ex-Presidente realçou também que o Estado não pode abdicar das suas funções sociais enquanto persistir a pobreza. Defendeu intervenção nas áreas de educação, saúde e transportes, com responsabilidade partilhada entre governo e sociedade. Essa ação, segundo ele, é essencial para garantir inclusão e reduzir desigualdades. Pires lembrou as lições dos primeiros anos de independência, quando as bases do desenvolvimento foram lançadas com visão social.
Como último ponto, Pires enfatizou a necessidade de um discurso político honesto e transparente para esvaziar extremismos e fortalecer a democracia. Lembrou que há 50 anos, a honestidade nos compromissos foi essencial para a coesão nacional. Para o ex-Presidente, a confiança pública depende da clareza de propósitos e da responsabilidade ética dos líderes e instituições. Ele reforçou que essa postura é vital para enfrentar os futuros desafios sociais e tecnológicos.